Coronavírus: sindicato alerta para falta de kits em viaturas do Samu

Coronavírus: sindicato alerta para falta de kits em viaturas do Samu

março 31, 2020 Off Por JJ

Kits são distribuídos de forma criteriosa ao Samu para não gerar crise no abastecimento (Foto: Arquivo Portal Infonet)

O Sindicato dos Condutores de Ambulância do Estado de Sergipe (Sindiconam) informa que os kits de proteção individual está em falta em algumas ambulâncias e está exigindo a distribuição desses kits completos em todas viaturas, disponibilizados em quantidade suficiente para atender a todos os servidores que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mesmo que o kit só seja usado para atender as ocorrências de casos suspeitos ou confirmados da infecção do conoravírus, o COVID-19, que já matou milhares de pessoas no mundo.

O presidente do sindicato, Robério Batista, informou que recebeu reclamações de servidores informando das dificuldades que os profissionais encontraram durante o final de semana para prestar o atendimento aos chamados em função da falta de kits de proteção, registrado em algumas equipes. Segundo o sindicalista, já há casos de falta do kit e diz que o governo deve disponibilizar os equipamentos em número suficiente em todas as viaturas, mesmo que só seja para os casos identificados como suspeitos e confirmados do COVID-19

Na opinião do sindicalista, os kits são indispensáveis para o atendimento as ocorrências, apesar de reconhecer a necessidade da regulação fazer a investigação completa antes de direcionar a ocorrência à equipe de atendimento, que são os processos normais dentro da regulação. No entanto, conforme destacou, é importante que os kits de proteção [que incluem máscaras, óculos, luvas, capas, entre outros] estejam completos disponibilizados nas viaturas e compreende o entendimento da gestão para o uso apenas nos casos suspeitos por se tratar de produtos descartáveis e pela crise que já se verifica no abastecimento.

A escassez de equipamento se tornou alvo de debate nessa segunda-feira, 30, em função da reação de uma enfermeira que resistiu aos critérios utilizados pela Superintendência do Samu para a liberação dos kits preventivos.

De acordo com informações da superintendente Karina Mendonça, é necessário filtrar o uso do kit em função da crise no abastecimento desses produtos, enfrentada mundialmente. Na ótica de Karina Mendonça, o kit de prevenção só deve ser efetivamente usado em ocorrência onde há pacientes com sintomas suspeitos ou nos casos comprovados do COVID-19. Caso haja destinação de kits para todas as ocorrências, conforme observou, poderá haver desabastecimento, com a possibilidade de se prolongar a pandemia.

Karina Mendonça informa que, no momento da regulação, há médicos capacitados para identificar se, na ocorrência, há pacientes com sintomas suspeitos do COVID-19 ou se efetivamente se trata de caso confirmado. E, não havendo qualquer suspeita de se tratar de um paciente com tais sintomas, todas as informações são prestadas quando direcionada para o Samu prestar o atendimento. Por isso, conforme a superintendente, a recomendação é que o uso efetivo do kit completo apenas seja direcionado para os casos suspeitos ou confirmados, como medida preventiva para não faltar esses equipamentos e não se agravar ainda mais o quadro no estado de Sergipe.

O presidente do sindicato descarta a possibilidade de greve, assegura que não há paralisação na prestação do atendimento aos chamados e protocolou pedido para discutir a questão com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e com a Superintendência do Samu. O sindicalista ainda não recebeu respostas dos órgãos oficiais que tratam da política de atendimento à saúde da população sergipana.

 

por Cassia Santana

Errata: a matéria foi alterada às 6h38 de 31/03 para corrigir a fala do presidente do Sindicato dos Condutores, publicada de forma equivocada