Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

Os 5 assuntos que vão movimentar o mercado nesta terça-feira

março 31, 2020 Off Por JJ

(Shutterstock)

A China divulgou dados que indicam uma retomada da sua economia durante o mês de março, com o avanço dos índices dos gestores de compras (PMI) da indústria, serviços e composto. O indicador estimulou os mercados na última sessão do trimestre, com as bolsas europeias abrindo em alta e os futuros de Nova York em terreno positivo.

A pandemia do coronavírus, contudo, avança, atingido a mais de 787 mil pessoas ao redor do mundo, informa na manhã de hoje a Universidade Johns Hopkins (EUA).

No Brasil, a polêmica continua no governo entre o presidente, que defende a reabertura do comércio e o fim da quarentena, e um bloco de ministros que defende a manutenção das medidas. No noticiário corporativo, destaque para a emissão de debêntures da Hypera Pharma e os balanços da Mahle-Metal Leve e da Even, além dos dados não-auditados da CVC, na reta final da temporada de resultados. Confira os destaques:

1. Bolsas mundiais

As bolsas de valores da Europa abriram em alta e os futuros de Nova York avançam na manhã de hoje, após o Escritório Nacional de Estatísticas da China ter divulgado ontem à noite (madrugada de hoje no Brasil) que o índice dos gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria foi de 52 pontos em março, após ter afundado a 37.5 pontos em fevereiro.

A expectativa era de que o PMI industrial seria de 45 pontos. Já o PMI composto chinês (indústria mais serviços) ficou em 52.3 pontos em março, também indicando uma sólida retomada sobre os dados esquálidos de fevereiro, quando despencou a 29.6 pontos. Na Ásia, os dados chineses eram parcialmente esperados e apenas as bolsas de Seul e Hong Kong fecharam com uma alta um pouco mais expressiva.

No Velho Continente, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,7% na comparação anual de março, desacelerando fortemente em relação ao aumento de 1,2% observado em fevereiro em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus, segundo dados preliminares divulgados hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado veio abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,8%.

Veja o desempenho dos mercados, às 7h20 (horário de Brasília):

Nova York
*S&P 500 Futuro (EUA), +0,46%
*Nasdaq Futuro (EUA), +0,86%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,48%

Europa
*Dax (Alemanha), +1,98%
*FTSE (Reino Unido), +1,73%
*CAC 40 (França), +1,01%
*FTSE MIB (Itália), +0,92%

Ásia
*Nikkei (Japão), -0,88% (fechado)
*Kospi (Coreia do Sul), +2,19% (fechado)
*Hang Seng (Hong Kong), +1,85% (fechado)
*Xangai (China), +0,11% (fechado)

*Petróleo WTI, +5,87%, a US$ 21,27 o barril
*Petróleo Brent, +2,55%, a US$ 23,54 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de +0,85% cotados a 650,500 iuanes, equivalentes a US$ 91,65 (nas últimas 24 horas). USD/CNY= 7,0972 (-0,04%)

*Bitcoin, US$ 6.494,96 +0,42%

2. Agenda do dia

No Brasil, o governo federal deve publicar pela manhã (9h30) o resultado primário do setor público em fevereiro. O setor público deve registrar déficit primário de R$ 18,7 bilhões em fevereiro, segundo estimativa mediana de economistas pesquisados pela Bloomberg, depois de superávit de R$ 56,3 bilhões no mês anterior.

Na agenda do governo, Paulo Guedes, ministro da economia, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, participam da reunião do conselho de governo, no Palácio do Planalto, às 14h30.

Nos EUA, serão revelados os dados de confiança do consumidor de março, às 11h.

3. Política 

Os ministros da Justiça, Sérgio Moro, e da Economia, Paulo Guedes, fizeram uma união nos bastidores em apoio ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e na defesa das medidas de distanciamento social e quarentena da população para combater o avanço do coronavírus.

Com o apoio de alguns militares, o trio formou um bloco antagônico ao presidente Jair Bolsonaro, contrário ao confinamento das pessoas e ao fechamento do comércio, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Com o apoio de Moro e Guedes a Mandetta, o isolamento do presidente aumenta, porque o ministro da Saúde já tem o apoio do Legislativo e do Judiciário. A avaliação feita pelo ministro Moro a aliados é que o presidente está descontrolado e deixa aflorar sentimentos de raiva contra supostos inimigos.

4. Contaminação nos hospitais paulistas 

Cresce a contaminação de médicos, enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas que atendem pacientes com o coronavírus nos hospitais paulistas, mostram reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Segundo a Folha, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o maior hospital público do Brasil, já afastou 125 funcionários, dos quais 108 testaram positivo para o Covid-19. No Hospital Sírio-Libanês, 104 funcionários foram afastados, enquanto no Albert Einstein 348 funcionários foram diagnosticados com o coronavírus; destes, 13 estão internados e 47 já se recuperaram, voltando ao trabalho.

5. Noticiário corporativo 

A Hypera Pharma comunicou que realizará emissões de debêntures no valor total de R$ 3,5 bilhões. A primeira emissão ocorrerá em 3 de abril, com os papéis da primeira série fazendo um montante de R$ 2,48 bilhões; a segunda emissão, em data não definida, deverá levantar o valor de R$ 1,015 bilhão. Na noite de ontem, perto do fim da temporada de balanços, a Mahle-Metal Leve e a construtora Even publicaram seus resultados de 2019. A Cogna (antiga Kroton) publica balanço na manhã de hoje.

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