Zoom, Netflix e outras ações desabam em dia de euforia com vacina contra coronavírus; entenda

Zoom, Netflix e outras ações desabam em dia de euforia com vacina contra coronavírus; entenda

novembro 9, 2020 Off Por JJ

(REUTERS/Dado Ruvic)

SÃO PAULO – Os investidores mundo afora acordaram eufóricos nesta segunda-feira (9) com a notícia de que a vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech teve 90% de eficácia nos testes (veja mais aqui). Os índices acionários dos Estados Unidos, Dow Jones e S&P 500 disparam 4,8% e 3,15% respectivamente.

Contudo, enquanto a maioria das pessoas comemora a possibilidade de sair de casa sem culpa e sem preocupação, algumas empresas estão preocupadas com o impacto que o retorno ao antigo normal trará aos negócios.

Um dos maiores exemplos de sucesso durante a pandemia foi a companhia de videoconferências Zoom, que possibilitou reuniões de negócios em época de home-office e possibilitou que amigos se vissem e conversassem sem precisar quebrar as regras de isolamento social.

Hoje, os papéis da Zoom desabam 13,83% na Nasdaq às 17h30 (horário de Brasília), tendo sofrido uma queda até maior, de mais de 16%, na mínima do pregão. Do início do ano até a máxima, batida em 19 de outubro, a ação da Zoom chegou a registrar uma valorização de 727% em 2020.

Confira abaixo o gráfico das ações da Zoom hoje: 

Junto com a Zoom, caem 8% hoje as ações da Docusign, app de assinatura digital e algumas das gigantes de tecnologia da Nasdaq.

Uma delas é a Netflix, que também se beneficiou do maior tempo que as pessoas passaram em casa nos últimos meses, levando o número de assinantes de seu serviço baterem recorde histórico recentemente. Os papéis da empresa de streaming de filmes e séries caem 7,03% hoje depois de praticamente dobrarem de valor do início de março até meados de outubro.

A Wayfair, companhia de e-commerce que também ganhou notoriedade durante os períodos mais de maior pânico com a Covid-19, vê suas ações se desvalorizarem em 14%.

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Por Dentro dos Resultados

Mesmo no ramo de ginástica e academia há baixas hoje. A Peloton Interactive, que oferece equipamentos como esteiras e bicicletas ergométricas para uso pessoal além de aulas online de musculação, dança e outros tipos de exercícios, está caindo 17,43% hoje.

Na máxima do ano, atingida no dia 15 de outubro, o papel da Peloton chegou a se valorizar em 347,3% sobre o patamar de fechamento no ano de 2019.

A Slack Technologies, de comunicação corporativa, cai 2,99%, a empresa de saúde digital Teladoc recua 12,2% e as mais conhecidas Amazon – que se fortaleceu ainda mais no comércio eletrônico durante a pandemia – e Roku (de streaming) registram perdas de 3,08% e 10% respectivamente.

O reflexo desse movimento nas bolsas é que justamente o setor de tecnologia é o que apresenta pior performance em Nova York hoje. O índice Nasdaq, focado em ações de empresas high tech, opera praticamente estável, com leve variação negativa  de 0,16% a 11.876 pontos às 17h21 (horário de Brasília).

Em movimento diametralmente oposto, as ações da Boeing disparam 15,95% depois de desabarem 72% do início de fevereiro até o dia 20 de março, quando foi registrado o ponto mais baixo dos mercados globais no crash do coronavírus.

Porém, as maiores protagonistas da euforia em Wall Street hoje são mesmo as produtoras da vacina – mesmo que não sejam os maiores destaques de altas por lá. Pfizer sobe 8,48% e BioNTech tem alta de 14,7% na Nasdaq.

Em relatório, a equipe de análise da Capital Economics destaca que o desenvolvimento de uma vacina ajuda os setores mais afetados pela pandemia como companhias aéreas, turismo, hotelaria, shoppings e varejo físico, de modo que o enorme diferencial de desempenho registrado este ano entre as ações de empresas de tecnologia e as de companhias em segmentos mais tradicionais deve se reduzir.

“Portanto, em nossa opinião, outras boas notícias sobre uma vacina levariam a uma reversão pelo menos parcial dos padrões de desempenho setorial apresentados pelos mercados em 2020”, concluem os analistas.

Em entrevista ao InfoMoney, Natalia Pasternak, pHd em Microbiologia e diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), destacou a notícia como positiva, sendo o primeiro resultado parcial de eficácia, dentre todas as vacinas que estão na fase três de testes clínicos e dando uma boa indicação de que estão no caminho certo. “Mas ainda não é o resultado final”, apontou (veja mais clicando aqui).

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