Yduqs (YDUQ3) não crê no crescimento forte do ensino presencial, enquanto vê expansão do digital
maio 10, 2023Os números não mentem: o ensino presencial não retornou a patamares pré-pandemia, conforme apontou a Yduqs (YDUQ3) em sua apresentação dos números do primeiro trimestre de 2023 (1T23) para analistas de mercado nesta quarta-feira (10).
A captação no 1T23 na graduação presencial foi 14% maior em relação ao 1º semestre de 2021, auge da pandemia, mas 19% menor em relação ao mesmo período do ano passado.
Eduardo Parente, CEO da empresa de educação, disse que “tem espaço (para crescimento do presencial), mas não é na mesma dimensão do que a gente via anteriormente”. Mas ele destacou o fato do tíquete médio ter subido 4% na comparação do primeiro do ano com o primeiro trimestre de 2022.
“A gente segurou o preço no médio prazo. Isso faz com que a gente tenha captação menor”, disse Parente. “Captação menor gera uma evasão menor”, complementou. Ele avalia que a volta do programa Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), no radar dos mercados e com expectativa para um anúncio do governo, não faça uma grande diferença no segmento.
Valorização do aluno presente
Aroldo Alvez, vice-presidente da Yduqs, vê a “captação (presencial) como de fato desafiadora”, mas que tem sido compensada em parte na renovação de matrículas. O executivo explica que a empresa “não tem acomodação” com relação à captação de alunos no presencial.
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“Como a gente entrega essa presencialidade? A gente tem muito mais dados, mais ferramentas pra gente atuar na ocupação das salas. Mais do que ter a base (de alunos) maior, a gente tem dado pra entregar presencialidade de fato pra quem valoriza”, comentou.
“A gestão de dados para entregar a presencialidade para o aluno que valoriza, faz com que a gente continue a aumentar a ocupação mesmo nesse período desafiador de captação”, acrescentou.
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Semipresencial com potencial
Alvez aposta no semipresencial com grande potencial em meio aos desafios de trazer novos alunos ao presencial. “É para quem não pode pagar o presencial hoje”, disse. “É uma super oportunidade (o semipresencial). Ele entra complementando as salas presenciais. Entra com aquele custo com a sala (presencial) formada. Nesse período, tem sido uma super alavanca sobre o presencial”, explica.
O semipresencial teve avanço em número de alunos: cresceu 26% na comparação do 1T23 com 1T22. Já a base de alunos do presencial teve queda de 12%.
EAD passa de 500 mil alunos
Um crescimento forte foi observado no segmento digital (ou EAD) da Yduqs. Pela primeira vez a empresa passou a barreira de 500 mil alunos no segmento de graduação digital. Embora tenha comemorado o resultado, Parente preferiu guardar cautela com relação ao crescimento exponencial neste segmento.
“Existe variação de tíquete médio que é muito correlacionado ao momento econômico do semestre, a oferta que a gente escolheu fazer naquele semestre. Isso gera distorções”, ressalta. “Olha o EAD, estão subindo dois dígitos (tíquete médio). Isso não é nossa realidade. É muito mais saudável olhar o tíquete pra quem (aluno) já passou a etapa de descontos e ofertas (veteranos com mais de 1 ano de curso). A tendência é que esses números sejam puxados pra cima”, ressalta.
“O que a gente enxerga é tendência de melhoria de mix, com o EAD crescendo mais do que o presencial, com margens melhores do que na nossa média. Isso puxaria a média pra cima”, disse. “O que está acontecendo excepcionalmente com o EAD agora é que teve uma injeção muito grande de gente de uma vez, sem os efeitos negativos”, concluiu.
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