XP prepara lançamento de fundos indexados a bolsas globais, renda fixa americana e fundos imobiliários no Brasil
julho 8, 2020SÃO PAULO – A oferta de fundos indexados, produtos que visam replicar o comportamento de indicadores de referência, como o Ibovespa ou o S&P 500, está em rota de crescimento na XP.
A gestora do grupo está lançando neste mês quatro fundos da chamada família Trend, dessa vez voltados principalmente a teses internacionais, como bolsas globais, títulos do Tesouro e crédito “high yield” (que embute maior expectativa de risco e retorno) americanos.
O primeiro fundo será montado por meio do investimento no iShares MSCI ACWI ETF, fundo de índice que replica uma cesta global de ações de mercados desenvolvidos e emergentes.
O segundo produto terá os recursos alocados em títulos sobreanos americanos de prazo médio entre sete e dez anos. E o fundo de crédito terá o investimento em um índice americano de ativos “high yield”. Os três serão destinados ao público geral.
No Brasil, o foco está no mercado imobiliário. O fundo Trend Imobiliário FIC FIM vai permitir a investidores qualificados terem exposição ao XPFI, índice XP de Fundos Imobiliários, voltado aos ativos mais líquidos do mercado. Recém-lançado pelo grupo, o índice nasceu com 40 ativos na carteira.
Os novos fundos terão valor mínimo de aplicação de R$ 100 e taxas de administração de 0,50% ao ano.
Com um ritmo acelerado de lançamento de produtos passivos, com destaque recente para o Trend Bolsa Chinesa, que replica o índice MSCI China, e o Trend ESG Global, com foco em empresas com boas práticas de impacto social e ambiental, a XP já tem cerca de 30 fundos indexados próprios.
Na época com outro nome, a família Trend foi criada em 2015 com um fundo de ouro. Desde então, foram lançados produtos de maior apelo, como o Trend Pós-Fixado FIRF Simples (fundo do tipo DI) e o Trend Dólar FI Cambial, além dos que replicam o Ibovespa ou títulos públicos atrelados à inflação ou prefixados.
A partir de 2018, o olhar começou a ser mais dirigido para os fundos no exterior, em meio ao crescimento da indústria de fundos indexados, especialmente por gestoras como Vanguard e BlackRock, conta José Tibães, responsável pela distribuição de fundos da XP.
“Chegamos à conclusão que deveríamos investir nisso de fato, já que, ao olharmos para frente, havia uma oportunidade interessante para nos posicionarmos”, conta.
Em 2019, entraram na grade produtos com viés mais inovador, como fundos que replicam o desempenho de ações de tecnologia e com foco no mercado de cannabis, além do atrelado aos papéis da própria XP, negociados na Nasdaq, e da chegada das carteiras passivas no mercado de previdência.
E segundo Tibães, já estão em estudos outros temas inovadores, com foco no setor de saúde, em petróleo e até na temática LGBT.
Acessibilidade
Todos os fundos ofertados hoje na família Trend, que se aproximam de um patrimônio total de R$ 10 bilhões, têm aplicação mínima de R$ 500, que será reduzida para R$ 100 neste mês. A taxa de administração máxima corresponde a 0,70% ao ano, caso do Trend Bolsa Americana Alavancado FIA, voltado para investidores qualificados.
A maior parte dos produtos está acessível para o público geral e a oferta se concentra em fundos sem exposição à variação cambial.
Com foco no mercado externo, a última pernada de lançamentos tem respaldo na estratégia adotada pela XP, que tem travado acordos de exclusividade para distribuir fundos de gestoras estrangeiras como Morgan Stanley, AXA e Wellington.
Em meio ao processo de queda da taxa Selic e de maior pressão para o investidor brasileiro desapegar do CDI, o leque de alternativas na renda variável tem aumentado e os fundos passivos podem contribuir para a diversificação do portfólio.
“São como peças de lego que você tem no portfólio para montar e construir melhor sua carteira. São fundos líquidos, de fácil acesso, com tíquetes baixos e taxas acessíveis”, diz Leon Goldberg, head de relacionamento institucional com gestoras da XP Inc. “Vamos aos poucos educando o cliente a buscar as melhores opções.”
E no caso dos produtos destinados ao mercado externo, Fabiano Cintra, especialista em fundos internacionais, avalia que eles também surgem para dar alternativas democráticas ao investidor para se posicionar para novas tendências a serem capturadas lá fora.
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