Viveo (VVEO3) tem faturamento recorde e lucra R$ 61,8 milhões no 3º trimestre de 2022
novembro 10, 2022A Viveo (VVEO3), que atua no setor de saúde desde a fabricação até a distribuição de materiais e medicamentos, informou nesta quinta-feira (10) que obteve lucro líquido de R$ 61,8 milhões no terceiro trimestre do ano, com queda de 17,6% em relação a igual período do ano passado.
No entanto, a companhia reportou receita líquida e Ebitda (o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em inglês) recordes para o período. O faturamento avançou 57,5% no comparativo, para R$ 2,3 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado atingiu R$ 188,7 milhões, alta de 58,7%, com margem de 8,3%.
De acordo com Flávia Carvalho, diretora de Relações com Investidores e M&A da Viveo, o resultado do trimestre corrobora a estratégia agressiva do grupo em expandir sua atuação na cadeia de suprimentos hospitalares.
Destaques do 3T22
A executiva também destacou que a empresa tem conseguido aumentar sua presença de mercado e repassar o aumento dos custos do último ano, pressionados pela inflação e alta dos juros. Entre as áreas que merecem destaque, Carvalho aponta para o setor de serviços da companhia, que trata da logística e manipulação de medicamentos especiais – segmento este que traz maior rentabilidade para a empresa.
Outro fato relevante do trimestre foi a captação de R$ 1 bilhão em debêntures em julho, que será usado no capital de giro e alongamento de dívidas da Viveo. Atualmente, o custo médio das dívidas da companhia é de CDI + 1,91%, ante CDI 2,19% do fim de 2021. A alavancagem está em 2,03 vezes a dívida líquida pelo Ebitda. Um evento subsequente foi outra emissão, desta vez de R$ 400 milhões, realizado no último mês de outubro.
Aquisições e mais aquisições
A empresa, que abriu seu capital no ano passado, tem utilizado os recursos do IPO para realizar dezenas de aquisições. Somente em 2022 foram anunciadas 12 compras, todas elas de empresas menores que poderiam complementar o portfólio da companhia.
No último guidance da empresa para o mercado, a meta da Viveo era capturar R$ 111 milhões em sinergias até 2024, sendo R$ 12 milhões somente neste ano. Porém, até o fim de setembro, a empresa já havia embutido R$ 13 milhões em sinergias, indicando que o processo de integração das empresas está acelerado. “Aprendemos como fazer” ressalta.
O modelo de negócios da Viveo se difere de outras empresas do setor de saúde, como Rede D’Or (RDOR3) e Hapvida (HAPV3). “Nosso pensamento é como eu posso servir melhor essas empresas. Elas são nossas clientes e temos como foco simplificar o mercado de saúde, oferecendo todas as soluções possíveis para os hospitais”, explica Carvalho. No entanto, a executiva ressalta que o objetivo da empresa não é se tornar um conglomerado.
Fundada em 1996 no interior de São Paulo como uma distribuidora de insumos para o setor, a empresa vem apresentando crescimento de dois dígitos nos últimos anos. Mafra Hospitalar, Profarma Specialty, Pointmed, Tecno4, Health Log, Cremer e MedCare são algumas das marcas do grupo.
Viveo na B3
Controlada pelo fundo DNA Capital, a Viveo fez sua estreia na Bolsa em agosto de 2021, quando levantou cerca de R$ 2 bilhões no IPO – a operação foi feita apenas para investidores qualificados (CVM 476).
A partir de fevereiro de 2023, os lockups da operação se encerram e parte do free float na mão dos institucionais deverá ficar à disposição dos investidores pessoa física.
Nesta quinta-feira, as ações VVEO3 fecharam em queda de 7,92%, a R$ 16,39, acompanhando o mau humor do mercado em relação ao cenário político e fiscal do país. No ano, os papéis recuam 12,2%.
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