Vacina de Oxford pode diminuir em 67% a transmissão do coronavírus, segundo estudo preliminar
fevereiro 3, 2021SÃO PAULO – A vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford pode diminuir significativamente a transmissão do novo coronavírus, com a redução de 67% nos testes positivos, segundo estudo preliminar feito por pesquisadores da Universidade de Oxford e divulgado na terça-feira (2).
Os resultados dos testes da universidade, ainda preliminares, foram publicados em um relatório com a revista científica The Lancet. O estudo mostrou redução de 67% nos swabs (haste plástica, como um cotonete, que coleta as amostras do nariz e da garganta) de Covid-19 positivos entre os voluntários vacinados.
Toda semana, os participantes eram testados para detectar sinais do vírus. Na prática, se o vírus não for detectado e a pessoa estiver infectada, significa que ele não pode ser transmitido.
Esse mesmo estudo publicado na The Lancet mostrou que a vacina de Oxford/AstraZeneca teve eficácia de 76% três meses após a aplicação de uma dose do imunizante. A pesquisa apontou também uma eficácia de 82,4% se a segunda dose for aplicada três meses após a primeira. Vale ressaltar que esse resultado é mais animador do que o encontrado anteriormente, que mostrava uma eficácia de 54,9% quando a segunda dose foi aplicada após um mês e meio.
Andrew Pollard, coautor do artigo científico e investigador-chefe dos testes da vacina de Oxford, afirmou que esses novos dados corroboram com os dados provisórios que foram usados por mais de 25 reguladores ao redor do mundo para conceder o uso emergencial da vacina.
Os resultados do estudo sugerem que o que tem maior impacto na eficácia da vacina é o tempo entre as doses e não o nível de dosagem, de acordo com os pesquisadores de Oxford.
Os autores esperam apresentar dados sobre o impacto da vacina em novas variantes de Covid-19 nos próximos dias.
Oxford/AstraZeneca no Brasil
O Brasil, por enquanto, está aplicando as 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca que foram importadas prontas do Instituto Serum, na Índia. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção do imunizante em solo nacional, espera pela chegada de insumos para produzir mais doses.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o pedido de uso emergencial apenas para as 2 milhões de doses importadas da Índia, por enquanto. A agência recebeu o pedido de registro definitivo da Oxford/AstraZeneca na última sexta-feira (29) e terá 60 dias para avaliar a aprovação.
Para os próximos meses, a previsão de produção da Fiocruz inclui 50 milhões de doses até abril, após a chegada dos insumos, totalizando 100,4 milhões até julho. No segundo semestre, a fábrica vai nacionalizar a produção dos ingredientes, tornando-se autossuficiente para a produção da vacina. Serão mais 110 milhões de doses até o fim de 2021.
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