Vacina Covid da Astra pode estar pronta até fim do ano, diz CEO

Vacina Covid da Astra pode estar pronta até fim do ano, diz CEO

novembro 5, 2020 Off Por JJ

(Mikael Sjoberg/Bloomberg)

(Bloomberg) — A vacina contra o coronavírus da AstraZeneca pode estar pronta para vacinações em larga escala já neste ano, disse o diretor-presidente da farmacêutica, Pascal Soriot, negando problemas de atrasos e de produção.

A empresa britânica planeja divulgar resultados de testes com a vacina até o fim do ano, mesmo depois do breve adiamento dos ensaios no verão, quando as taxas de infecção diminuíram no hemisfério norte.

A nova onda de casos permitiu que cientistas colhessem os dados clínicos necessários, de acordo com Soriot. A Astra e a Universidade de Oxford mantêm a vacina congelada para preservar sua vida útil enquanto aguardam os resultados finais dos testes.

“No final das contas, ainda não sabemos se a vacina funciona”, disse Soriot em entrevista à Bloomberg Television, acrescentando que ainda existem muitas questões. Por exemplo, se a vacina dará resultado para todos e por quanto tempo.

“Esperamos que as vacinações em grande escala sejam possíveis a partir de janeiro do próximo ano – possivelmente até em dezembro.”

Na quarta-feira, Kate Bingham, presidente da Força-Tarefa de Vacinas do Reino Unido, disse que apenas 4 milhões de doses da vacina estarão disponíveis até o fim do ano, muito menos do que os 30 milhões que deveriam estar prontas em setembro.

A AstraZeneca disse estar confiante de que pode começar a fornecer centenas de milhões de doses em uma “base contínua” assim que a vacina for liberada.

A farmacêutica do Reino Unido está entre as líderes na corrida para o controle da pandemia, e sua vacina experimental pode ser uma das primeiras a serem aprovadas globalmente caso seja eficaz.

A Astra e as farmacêuticas Pfizer e Moderna buscam divulgar resultados de testes com vacinas nas próximas semanas, com possível autorização emergencial antes do fim do ano.

Soriot disse que o mundo precisa de várias vacinas e que os estudos da Astra realizados no Reino Unido e no Brasil continuam avançando bem, mesmo com a paralisação nos EUA. É possível que a FDA, que regula fármacos e alimentos nos EUA, queira esperar os resultados dos ensaios no país antes de revisar o produto, disse o executivo.

A FDA “pode querer esperar pelos resultados do estudo nos EUA ou pode revisar nosso programa internacional e nos dar uma aprovação de emergência com base nisso”, disse Soriot. “A decisão dependerá dos reguladores de cada país.”

Preço da vacina

A Astra disse que vai vender a vacina a preço de custo durante a pandemia, entre US$ 4 e US$ 5, dependendo dos custos de fabricação local. A empresa disse recentemente que acrescentaria até 20% para cobrir custos de fabricação e evitar qualquer impacto material nas finanças. A Astra tem uma conta acima de US$ 1 bilhão globalmente para despesas, que inclui desenvolvimento clínico, disse Soriot.

A vacina candidata da Astra-Oxford produziu resposta imune consistente em adultos de mais idade e idosos, grupo com maior risco de doenças graves. Astra e Oxford inscreveram cerca de 23 mil voluntários em testes de vacinas globalmente, com planos de chegar a 50 mil assim que o braço dos EUA tiver concluído o recrutamento.

Um porta-voz do governo do Reino Unido disse na quinta-feira que “uma vacina só será implantada quando for comprovadamente segura e eficaz” e que o Serviço Nacional de Saúde está pronto para iniciar o programa de vacinação.

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