Vacina contra o coronavírus ajudaria a evitar crise da dívida global, diz S&P
outubro 29, 2020
(Bloomberg) — O recente aumento de casos de coronavírus nos Estados Unidos e na Europa destaca a importância de desenvolver uma vacina o mais rápido possível, principalmente pela saúde pública, mas também pela economia global.
O mundo está a caminho de um enorme ônus da dívida por causa da pandemia, mas encontrar e distribuir uma vacina diminuiria os riscos, de acordo com relatório da S&P Global Ratings.
“Embora estejamos caminhando para níveis recordes de relação dívida-PIB, acreditamos que uma crise da dívida de curto prazo é improvável”, disse em relatório Alexandra Dimitrijevic, responsável global por pesquisa da S&P.
A agência de classificação de risco diz que a recuperação econômica se apoia na ampla disponibilidade de uma vacina contra a Covid-19 em meados de 2021 e nas contínuas políticas monetárias acomodatícias.
Os prêmios de rendimento de títulos em dólar asiáticos aumentaram nesta semana pelo período mais longo desde que a pandemia abalou os mercados em março, já que os temores sobre a pandemia voltaram com força. Encontrar uma vacina que pudesse estar disponível para uso em meados de 2021 seria um “marco crítico” do ponto de vista econômico, de acordo com a S&P.
A S&P projeta que a dívida global em aberto, incluindo a de governos, empresas e famílias, aumente 10%, para US$ 200 trilhões em 2020, chegando ao pico de 265% do PIB até o fim do ano.
Obstáculos para empresas e setores mais frágeis e expostos ao impacto das restrições sociais permanecerão no curto prazo, e a S&P calcula que a inadimplência deva subir para os maiores níveis desde a crise financeira global em 2009.
Além de aliviar o peso sobre os sistemas de saúde dos países, uma vacina comprovada eliminaria, em grande parte, a necessidade dos tipos de restrições sociais que praticamente paralisaram a atividade econômica no início deste ano, de acordo com a agência.