União Europeia estuda certificado de vacinação para estimular viagens
janeiro 14, 2021O pico de casos de coronavírus na Europa diminui as esperanças de uma saída rápida dos lockdowns, que abalam as economias. Com isso, uma proposta para conceder privilégios especiais a pessoas vacinadas ganha força antes de uma reunião decisiva de líderes da região.
Durante videoconferência em 21 de janeiro, líderes da União Europeia vão debater a introdução de um “certificado de vacinação” que permitiria aos titulares viajarem livremente, disseram vários diplomatas a par dos preparativos do encontro virtual. A proposta ganha cada vez mais apoio, disse uma autoridade da UE, enquanto outro diplomata advertiu que há resistência por parte de outros governos, e quaisquer limites à liberdade de movimento por esse motivo podem ser ilegais.
A proposta de introdução de tal certificado ganhou impulso após a solicitação formal do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, em carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no início desta semana. Com as campanhas de vacinação em passo de tartaruga, a decisão de estender privilégios da UE por vacinas que ainda não estão disponíveis a todos no bloco, devido à oferta limitada, pode não ocorrer em breve.
Ainda assim, países desesperados para pelo menos restaurar parcialmente as viagens poderiam agir sozinhos, uma vez que o controle de fronteiras é uma competência nacional e a coordenação da UE, embora solicitada, não é obrigatória. A Comissão Europeia, braço executivo da UE em Bruxelas, disse que debate com as capitais nacionais do bloco sobre a ideia de certificados de vacinação como parte dos esforços para manter as fronteiras internas abertas.
Nova proposta
“Estamos em discussões ativas com os estados membros sobre o reconhecimento dos certificados de vacinação, assim como estamos trabalhando no reconhecimento dos testes”, disse na quinta-feira Stefan De Keersmaecker, porta-voz de Transporte e Saúde da Comissão. “Esta é uma questão importante para a livre circulação na UE.”
A autoridade da UE disse que os líderes provavelmente pedirão à Comissão que apresente uma proposta para um certificado de vacinação durante a videoconferência da próxima semana. Os líderes também vão pedir ações para agilizar a vacinação e aumentar a capacidade de produção.
Os apelos chegam quando a UE está atrás dos EUA, Reino Unido e países como Israel e Emirados Árabes Unidos na vacinação da população. Com os atrasos, os lockdowns serão estendidos, adiando a recuperação do bloco da recessão mais grave de que se tem memória.
“Devemos explorar todos os caminhos possíveis para encorajar as empresas privadas a aumentar a produção de vacinas e entregas aos estados membros”, disse o primeiro-ministro dinamarquês, Mette Frederiksen, em carta de 13 de janeiro para von der Leyen.
A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, em carta de 11 de janeiro à presidente da Comissão, disse: “Há uma necessidade urgente de aumentar a capacidade de produção de diferentes vacinas e, ao mesmo tempo, acelerar os embarques para os estados membros”.
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