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Uma herança (quase) inevitável: as crenças financeiras dos seus antepassados
setembro 21, 2020
Você sabe quais são as suas heranças? Digo no plural mesmo, pois todos nós temos muitas heranças. Para além de bens ou patrimônios, nossa herança genética e cultural representa uma grande parte do que somos.
Sabemos que o DNA armazena nossos genes, sendo o responsável por você ter o nariz idêntico ao da sua mãe e os olhos castanhos do seu avô.
Mas e em relação ao comportamento e à forma de enxergar a vida, o quanto você percebe essa herança? E os hábitos e crenças financeiras sobre o dinheiro: será que você herdou muito ou pouco deles?
Na psicologia do dinheiro, há uma linha que estuda as heranças intergeracionais sobre o uso dos recursos financeiros. Ela identifica e analisa a maneira como gastamos e poupamos, e busca a relação com o que aprendemos no nosso núcleo familiar.
A sua habilidade ou inabilidade para organizar e seguir o planejamento financeiro, ou mesmo as crenças positivas e negativas que você nutre sobre o dinheiro, podem ter mais a ver com os seus pais e todos os seus antepassados do que você gostaria de admitir.
Nossas atitudes em relação ao dinheiro são formadas desde cedo, à medida que absorvemos como as pessoas ao nosso redor lidam com esse recurso. Algumas dessas crenças, como o próprio hábito de poupar, são positivas.
Outras, como a aversão a pessoas ricas, podem ser mais prejudiciais do que úteis quando queremos construir riqueza em nossas próprias vidas.
Você enxerga o dinheiro como algo complicado e estressante? Talvez você pense assim porque cresceu vendo seus pais com dificuldades financeiras, por exemplo.
A maior parte das nossas crenças financeiras é formada na infância e, mesmo que os seus pais nunca tenham falado de dinheiro com você, tudo o que você ouviu e viu que tenha o assunto “dinheiro” envolvido foi absorvido nesses primeiros anos de vida.
Independentemente de você ter crescido com muito ou com pouco, sua visão será despertada à medida que, na sua infância, você viu seus pais, seus tios e seus avós se relacionando bem ou mal com os recursos financeiros.
Mas lembre-se: seus pais também já foram crianças e desenvolveram as crenças deles observando os mais velhos.
Eles podem ter mudado e superado traumas financeiros, ter dado a volta por cima e saído de uma infância de escassez. Mas eles provavelmente também possuem dificuldades inconscientes em relação às suas crenças.
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Nesse processo, seus pais também tomaram decisões que ensinaram a eles o que era mais importante. Talvez eles tenham sacrificado o próprio lazer e conforto para que você pudesse estudar em uma boa escola particular.
Como são as suas primeiras lembranças sobre dinheiro? E para o seus pais, como foi? Se eles ainda estiverem vivos, faça algumas perguntas que irão preencher a história de sua família com um pouco mais de clareza.
Você pode aprender algo surpreendente e, assim, ter uma ideia de como as experiências deles com dinheiro ainda o afetam.
Rever sua herança financeira não é um exercício de culpar os seus pais ou a si mesmo. Trata-se apenas de compreender as forças silenciosas que afetam a forma como usamos nosso dinheiro.
Se formos capazes de reconhecer onde estamos presos por atitudes negativas em relação ao dinheiro ou hábitos de consumo pouco saudáveis, podemos fazer mudanças positivas e prosperar.
Qual foi a melhor coisa que você aprendeu sobre dinheiro?
Lembre-se: o que seus pais fizeram era o que estava ao alcance deles. O que você vai fazer dependerá apenas de você. O mundo mudou, as formas de poupar e de investir também.
Dedico este texto a todas as famílias que descobriram seus valores como suas maiores riquezas.