Ultrapar lucra R$ 431 mi; resultados de Ambev, Rede D’Or e AES, governo espera captar R$ 25 bi com Eletrobras e mais

Ultrapar lucra R$ 431 mi; resultados de Ambev, Rede D’Or e AES, governo espera captar R$ 25 bi com Eletrobras e mais

fevereiro 25, 2021 Off Por JJ

SÃO PAULO – A temporada de resultados é o grande destaque da sessão desta quinta-feira (25). Além da Petrobras, que fechou o quarto trimestre de 2020 com lucro de R$ 59,89 bilhões, resultado 634,6% superior ao de igual período de 2019, quando a empresa teve lucro de R$ 8,15 bilhões, a repercussão dos resultados de Ambev, Ultrapar, Rede D’Or e AES Brasil também movimentam o mercado. Depois do fechamento, serão divulgados os números da Vale do quarto trimestre.

Atenção ainda para o noticiário sobre Eletrobras, com o governo esperando arrecadar R$ 25 bilhões com privatização da companhia. Secretário disse que valor que Tesouro arrecadará e o que deve ser injetado em conta especial ainda poderão ser alterados pelo Ministério de Minas e Energia; projeto foi enviado ao Congresso na terça-feira. Confira mais destaques:

A Petrobras fechou o quarto trimestre de 2020 com lucro de R$ 59,89 bilhões, resultado 634,6% superior ao de igual período de 2019, quando a empresa teve lucro de R$ 8,15 bilhões.

No trimestre anterior, a companhia teve prejuízo de R$ 1,54 bilhão. O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou em sua provável última Carta do Presidente na divulgação do resultado do exercício de 2020, que entregou a recuperação em “J” que havia prometido, e que a empresa teve um desempenho excepcional em 2020, apesar do ambiente desafiador da pandemia de covid-19.

Na divulgação dos resultados, a empresa afirmou que contribuiu para o lucro a reversão de “impairment” em R$ 31 bilhões, ganhos cambiais de R$ 20 bilhões e reversão de gastos passados do plano de saúde AMS, em R$ 13,1 bilhões, decorrente da revisão de obrigações futuras da empresa.

O lucro Ebitda ajustado somou R$ 47 bilhões entre outubro e dezembro, alta de 28,8% ante o mesmo período de 2019. A receita líquida do quarto trimestre somou R$ 75 bilhões, queda de 8,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A empresa também informou na quarta que assinou, com a SPE Miranga, subsidiária integral da PetroRecôncavo, contrato para a venda da totalidade de sua participação em nove campos terrestres de exploração e produção na Bahia, por US$ 220,1 milhões

A Ambev  teve lucro de R$ 6,89 bilhões no quarto trimestre de 2020, 63,3% superior frente os R$ 4,21 bilhões registrados no mesmo trimestre de 2019. De acordo com a companhia de bebidas, os resultados “foram impactados positivamente por R$ 4,3 bilhões de créditos tributários extemporâneos decorrentes da decisão do Supremo Tribunal Federal de 2017 pela inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins”.

Já no acumulado do ano, o lucro somou R$ 11,7 bilhões, queda de 3,7% frente os R$ 12,1 bilhões de 2019.

Enquanto isso, a receita líquida totalizou R$ 18,5 bilhões no quarto trimestre, 19,9% superior frente o resultado de um ano antes. Em 2020, a alta foi de 12,3% na comparação anual, alcançando R$ 58,3 bilhões.

O Ebitda (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do quarto trimestre subiu 29,1%, indo para R$ 8,93 bilhões enquanto que, no acumulado do ano, foi de R$ 21,5 bilhões, 2,1% superior frente o ano anterior.

Ainda no radar do setor, a Coca-Cola FEMSA anunciou na quarta que a Coca-Cola Company e a Heineken acertaram um acordo para reestruturarem sua rede de distribuição no Brasil. O acordo vai entrar em vigor em meados deste ano e tem validade até 2026, podendo ser prorrogado por mais cinco anos. O acordo prevê que as companhias iniciarão uma “suave transição” das marcas Heineken e Amstel para a rede de distribuição do grupo holandês no Brasil. O sistema Coca-Cola continuará a oferecer Kaiser, Bavaria e Sol, e complementará este portfólio com a marca premium Eisenbahn e outras marcas internacionais.

Ultrapar (UGPA3)

O grupo Ultrapar registrou lucro líquido de R$ 431,5 milhões no quarto trimestre de 2020, revertendo o prejuízo de R$ 267,7 milhões no mesmo período de 2019. No acumulado do ano, a empresa registrou lucro líquido de R$ 927,7 milhões, aumento de 130,2% na comparação anual.

A empresa somou Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 836,4 milhões no último trimestre do ano passado, com alta de 212,4% na comparação anual, ou seja, três vezes maior. Em 2020, o Ebitda foi de R$ 3,035 bilhões, alta de 24% em relação a 2019.

A receita líquida totalizou R$ 23,216 bilhões, 2% inferior à do mesmo intervalo do ano anterior. Segundo a empresa, essa redução foi provocada principalmente pela rede de postos Ipiranga, parcialmente compensada pelo crescimento da receita líquida nos demais negócios do grupo. Em relação ao terceiro trimestre de 2020, o indicador teve aumento 12%. Em todo o ano, a receita líquida totalizou R$ 81,241 bilhões, recuo de 9% ante 2019.

Em carta que acompanha o balanço da Ultrapar, a companhia diz que “o ano de 2020 demonstrou a resiliência do portfólio de empresas, com resultados crescentes em todos os nossos negócios, exceto Ipiranga, cuja atividade foi diretamente afetada pelas medidas de isolamento social e restrição à mobilidade”.

AES Brasil (TIET11)

A AES Brasil registrou lucro líquido de R$ 606,6 milhões de no quarto trimestre de 2020, alta de 470,9% ante o mesmo período do ano anterior. No acumulado de 12 meses, a empresa reportou lucro líquido de R$ 848 milhões, crescimento de 182,6% em relação a 2019.

A companhia também registrou Ebitda de R$ 1,166 bilhão no último trimestre do ano, com aumento de 307,1% com relação ao mesmo intervalo de 2019. Em 2020, o Ebitda total foi de R$ 2,067 bilhões, alta de 100,1% no ano.

A empresa reportou geração bruta de 2.299,4 GWh em fontes hídricas no trimestre (queda de 9,6% na comparação anual), 387,7 GWh em fontes eólicas (recuo de 10%) e 150,2 GWh em fonte solar (aumento de 6,5%).

Em carta enviada junto aos dados divulgados, a companhia destaca que o ano foi marcado pelo expressivo crescimento dos resultados da AES Brasil, com incremento na margem líquida, Ebitda e lucro líquido, influenciado principalmente pela evolução do processo de resolução do GSF, pelo bom desempenho operacional e pela diligência em relação às despesas e custos operacionais.

Rede D’Or (RDOR3)

A Rede D’Or São Luiz, por sua vez, teve lucro atribuível aos controladores de R$ 278,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, praticamente estável em relação aos R$ 277,9 milhões reportados no mesmo período de 2019.

“A Rede D’Or divulgou resultados operacionais muito fortes no 4° trimestre de 2020 (4T20), superando as nossas estimativas e o consenso de mercado, impulsionados por uma receita líquida robusta, que refletiu uma combinação de: i) leitos operacionais mais altos, ii) taxa de ocupação mais alta e iii) ticket médio mais alto. O forte conjunto de indicadores operacionais reforça nossa visão positiva sobre a Rede D’Or e, com isso, reiteramos nossa recomendação de Compra com preço alvo de R$85 por ação”, aponta a XP.

 

Ainda no radar dos mercados, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na noite da véspera que vai indicar na quinta-feira um relator para a medida provisória que trata da privatização da Eletrobras, após o presidente Jair Bolsonaro entregar pessoalmente na Casa outra medida, o projeto de lei que permite a privatização dos Correios.

O governo federal espera arrecadar R$ 25 bilhões com a privatização da companhia, estatal com foco em geração e transmissão de energia, e espera que a operação em que a União deixará de ser a acionista majoritária da empresa seja concluída até dezembro deste ano.

O valor é maior que os R$ 16,2 bilhões iniciais com os quais o governo contava porque a Medida Provisória enviada ao Congresso na terça-feira incluiu a possibilidade de renovação antecipada da hidrelétrica de Tucuruí, um dos principais ativos da subsidiária Eletronorte. A usina tem 4 mil megawatts médios de garantia física e sua concessão vence em 2024, mais da metade dos 7,5 mil MW médios das outras usinas da Eletrobrás que também terão os contratos alterados.

O valor deverá ser pago para que a Eletrobras possa alterar o regime de exploração da energia de suas usinas, de cotas – que cobrem apenas custos de operação e manutenção – para o modelo de produção independente – de preços livres. A “descotização” poderá ser feita em um prazo entre três e dez anos, mas as premissas do governo enviadas pelo Ministério de Minas e Energia à Eletrobras e divulgadas ao mercado consideram um horizonte de cinco anos.

O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, disse que o valor que o Tesouro arrecadará e o que deve ser injetado na CDE ainda poderão ser alterados pelo Ministério de Minas e Energia, através do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), colegiado de ministros presidido pelo MME.

(com Agência Estado, Reuters e Bloomberg)

 

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