Uber pode começar segunda onda de demissões com o corte de milhares de funcionários

Uber pode começar segunda onda de demissões com o corte de milhares de funcionários

maio 18, 2020 Off Por JJ

Banner da Uber na Bolsa de Nova York
(Spencer Platt via Getty Images)

SÃO PAULO – Duas semanas após demitir 3.700 funcionários em todo mundo – o que equivale a cerca de 14% de sua força de trabalho –  por meio de uma reunião no Zoom, a Uber pode estar planejando uma segunda onda de demissão em massa, afirmaram funcionários da companhia que não quiseram se identificar ao Business Insider, portal americano de notícias sobre o mercado financeiro.

Segundo as fontes internas, essa segunda rodada de demissões deve ocorrer a partir dessa segunda-feira (18). Apesar de não informarem um número exato de funcionários que seriam dispensados, as fontes disseram que os cortes chegariam aos “milhares”. Também não ficou claro se todas as demissões ocorreriam nesta segunda.

No fim da manhã desta segunda-feira, a CNBC, canal de notícias americano sobre negócios e economia, afirmou que cerca de 3 mil funcionários devem ser demitidos nessa nova onda de cortes.

Em resposta à matéria do Business Insider, um porta-voz do Uber disse que a empresa está considerando todas as opções sobre como operar melhor em meio à pandemia de coronavírus.

“Como seria de esperar, a empresa está analisando todos os cenários possíveis para garantir que chegamos ao outro lado da crise em uma posição mais forte do que nunca”, afirmou.

Durante uma reunião há duas semanas, Dara Khosrowshahi, CEO da companhia, revelou que a Uber estava finalizando os planos de demissão e que os funcionários seriam notificados nos próximos dias. Se a Uber realmente não estiver discutindo mais demissões no momento, o período de duas semanas sobre o qual Khosrowshahi alertou já teria terminado.

Mas fontes próximas a Uber disseram ao Business Insider que isso não é provável, já que futuras demissões podem acontecer, especialmente se a aquisição do GrubHub for concluída.

No início deste mês, a Uber fez uma oferta para comprar a empresa de serviços de entrega. A medida consolidaria as duas empresas e permitiria que a Uber se apoiasse no serviço de entrega de alimentos para compensar os prejuízos financeiros de suas outras operações em meio à pandemia. A fonte afirma, ainda, que, caso a aquisição ocorra, é provável que demissões aconteçam no Uber Eats, cujo serviço é semelhante ao GrubHub.

Ainda segundo a fonte, uma outra divisão que poderia sofrer cortes seria a Advanced Technologies Group, unidade de desenvolvimento de carros autônomos da Uber.

Os executivos da companhia que participaram da última reunião geral discutiram um pacote de indenização para funcionários demitidos, que inclui dez semanas de pagamento e manutenção do plano de saúde até 2020.

De acordo com informações passadas pela Uber à agência reguladora do setor de valores imobiliários dos EUA, a companhia empregava 28.600 funcionários ao redor do mundo – 16.200 fora dos Estados Unidos – em 31 de março.

No último dia 7 de maio, a Uber divulgou seus resultados financeiros do primeiro trimestre de 2020. Embora a receita total da companhia tenha crescido 14% em relação ao mesmo período do ano passado, a companhia amargou um prejuízo de US$ 2,9 bilhões.

“Apesar de nosso negócio de transporte de passageiros ter sido duramente atingido pela pandemia em curso, tomamos medidas rápidas para preservar a força de nosso balanço, direcionar recursos adicionais no Uber Eats e nos preparar para qualquer cenário de recuperação”, afirmou Dara Khosrowshahi em comunicado ao mercado.

Procurada pelo InfoMoney, a Uber não respondeu a solicitação de comentário sobre a situação até o fechamento dessa reportagem.

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