Cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina estão entre medicamentos que têm ganhado cada vez mais espaço em discussões sobre o combate ao novo coronavírus, no que tem sido chamado de “tratamento precoce à Covid-19”. Alguns afirmam que se trata da única forma de diminuir, neste momento, os óbitos pela doença no país. No entanto, muitos especialistas e entidades médicas criticam duramente essas orientações, e ressaltam que não há um consenso na comunidade científicas quanto a eficácia dessas substâncias contra a Covid-19.
De acordo com o membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e médico do Departamento de cardiologia da Rede MaterDei e do Hospital Belo Horizonte, Dr. Augusto Vilela, com o crescimento dos números de mortes no país há um certo “desespero” por uma solução rápida e de fácil acesso. No entanto, é importante ressaltar que esses medicamentos oferecem grandes riscos quando consumidos sem a devida orientação médica. “Cada remédio tem a sua finalidade. O uso dessas substâncias para prevenir ou mesmo tratar a Covid-19 ainda é muito incipiente. Os riscos para os pacientes são reais e incontestáveis pois além de não evitarem a evolução de uma possível infecção da Covid-19, podem acarretar outras doenças ou mesmo piorar quadros clínicos já instalados”, avalia o médico.
Vilela alerta que todas essas substâncias trazem em suas respectivas bulas uma série de efeitos colaterais muito sérios e que devem ser considrados. Outro risco é a interação medicamentosa com remédios já usados pelos pacientes. “Pessoas com comorbidades e, principalmente, os idosos são os que podem ter as piores consequências se fizerem uso desses medicamentos sem o devido acompanhamento. O médico deve ser consultado sempre, antes de qualquer iniciativa de ingestão de remédios, por mais simples e inofensivo que eles possam parecer”, acrescenta.
Fonte: Assessoria de Imprensa