TikTok ameaça processar governo Trump por ordem que proíbe os negócios da rede nos EUA

TikTok ameaça processar governo Trump por ordem que proíbe os negócios da rede nos EUA

agosto 7, 2020 Off Por JJ

TikTok e EUA
(Getty Images)

SÃO PAULO – O TikTok ameaçou processar o governo Trump por uma ordem executiva assinada pelo presidente americano nesta quinta-feira (6), que proíbe empresas ou qualquer cidadão do país de fazer negócios com sua empresa controladora, a ByteDance.

Donald Trump justificou a ação afirmando que a empresa representa um risco à segurança nacional. A restrição também engloba a multinacional chinesa Tencent, dona do WeChat. Ambas serão banidas do país, caso não sejam vendidas para empresas americanas pelas suas controladoras. 

“Estamos chocados com a recente Ordem Executiva, que foi emitida sem qualquer processo devido. Por quase um ano, procuramos nos envolver de boa fé com o governo dos Estados Unidos para fornecer uma solução construtiva para as preocupações que foram expressas”, disse o TikTok em comunicado publicado nesta sexta-feira (07).

A empresa sugeriu que a ordem era ilegal e que poderia contestá-la na Justiça americana. “Buscaremos todos os recursos disponíveis a fim de garantir que o Estado de Direito não seja descartado e que nossa empresa e nossos usuários sejam tratados de maneira justa – se não pela Administração, pelos tribunais dos EUA”, escreveu.

Nas ordens, Trump diz que as coleta de dados do TikTok e WeChat poderiam “permitir ao Partido Comunista Chinês acesso às informações pessoais e proprietárias dos americanos”, concedendo à China a possibilidade de rastrear a localização de funcionários federais, criar dossiês com informações pessoais para chantagem e conduzir espionagem corporativa.

Outros políticos, agências governamentais e até o comitê de campanha de Joe Biden, candidato democrata à presidência dos EUA, impediram seus funcionários de usar o TikTok por preocupações semelhantes. Ontem uma votação no Senado aprovou, por unanimidade, um projeto de lei do senador Josh Hawley que proíbe funcionários federais de usar o aplicativo em dispositivos corporativos.

Os dois aplicativos ainda são acusados de censurar conteúdos que o governo chinês considera “politicamente sensível”, como os protestos de Hong Kong.

O TikTok está no centro de uma disputa, que se intensificou nas últimas semanas após Trump ameaçar banir o aplicativo dos EUA até o dia 15 de setembro. Entenda mais sobre a guerra tecnológica protagonizada pelo TikTok, envolvendo China e EUA.

Para evitar o banimento, o TikTok está negociando com a Microsoft para vender as suas operações nos EUA, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Segundo David Faber, da CNBC, a compra pode ser finalizada nas próximas três semanas. 

Apesar de a empresa ser chinesa, o CEO do TikTok nos EUA é o americano Kevin Mayer (ex-CEO da Disney+) e o maior escritório da companhia está sediado em Los Angeles. A sua controladora, a ByteDance, opera uma versão separada do app para a China, chamada Douyin.

O que diz o Tikok

A empresa acusou Trump de desrespeitar a lei, alegando que o governo não buscou um acordo com o TikTok e tomou decisões baseadas em relatórios “sem fundamentação” para acusar a empresa de ser usada para campanhas de desinformação.

“Esta ordem executiva corre o risco de minar a confiança das empresas globais no comprometimento dos Estados Unidos com o Estado de Direito, que serviu como um ímã para investimentos e estimulou décadas de crescimento econômico americano”, afirmou.

A empresa se defendeu das acusações feitas há meses pelos EUA afirmando nunca ter compartilhado dados de usuário com o governo chinês, nem censurado conteúdo a seu pedido.

“Queremos que os 100 milhões de americanos que amam nossa plataforma, porque é sua casa de expressão, entretenimento e conexão, saibam: o TikTok nunca vacilou e nunca vacilará em nosso compromisso com você. Priorizamos sua segurança, segurança e a confiança de nossa comunidade sempre”.

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