The Economist diz que Biden precisa ganhar a eleição nos EUA, mas que ele não será “uma cura milagrosa”
outubro 29, 2020
SÃO PAULO – Em sua mais recente edição, a revista britânica The Economist estampa em sua capa praticamente um pedido para que o democrata Joe Biden seja eleito presidente dos Estados Unidos.
De acordo com o texto, o país que elegeu Donald Trump em 2016 está ainda mais “infeliz e dividido” do que naquela época. “Depois de quase quatro anos de sua liderança, a política está ainda mais furiosa do que antes e o partidarismo ainda menos restrito”, diz a publicação.
Apesar disso, a Economist destaca que Biden “não é uma cura milagrosa para o que aflige a América”. “Mas ele é um bom homem que restauraria a estabilidade e a civilidade na Casa Branca”, diz a revista.
O texto diz que se não fosse a pandemia do novo coronavírus, Trump provavelmente seria reeleito, principalmente por suas conquistas na economia, com corte de impostos, desregulamentação e um cenário de alta de salários dos trabalhadores mais pobres.
Segundo a publicação, “Trump falhou menos em seu papel como chefe do governo da América do que como chefe de estado”, sendo que ele “falhou tristemente” como “guardião dos valores da América, da consciência da nação e da voz da América no mundo”.
“No entanto, nossa maior disputa com Trump é sobre algo mais fundamental. Nos últimos quatro anos, ele profanou repetidamente os valores, princípios e práticas que fizeram da América um paraíso para seu próprio povo e um farol para o mundo”, diz a Economist.
“Aqueles que acusam Biden do mesmo ou pior, deveriam parar e pensar. Aqueles que despreocupadamente descartam a intimidação e as mentiras do Sr. Trump como se fossem tuítes, estão ignorando o dano que ele causou”, complementa o texto.
Já sobre Biden, a revista diz que muito do que a ala mais de esquerda do Partido Democrata reclama dele – que ele é um centrista, um institucionalista, um criador de consenso – o “torna um anti-Trump adequado para reparar alguns dos danos dos últimos quatro anos”. Por outro lado, o candidato não seria capaz de “acabar com a animosidade amarga que vem crescendo há décadas na América”.
Além disso, o texto minimiza as preocupações de republicanos sobre a força da extrema esquerda, dizendo que ele não é um revolucionário: “É verdade que a ala radical de seu partido está se mexendo, mas ele e Kamala Harris, sua escolha para a vice-presidência, mostraram na campanha que podem mantê-la sob controle”.
A Economist termina dizendo que “nesta eleição, a América enfrenta uma escolha fatídica”. “Em jogo está a natureza de sua democracia. Um caminho leva a uma regra fragmentada e personalizada, dominada por um chefe de Estado que despreza a decência e a verdade. A outra leva a algo melhor – algo mais verdadeiro para o que este jornal vê como os valores que originalmente fizeram da América uma inspiração em todo o mundo”, conclui.
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