Tesouro Direto: títulos da inflação chegam a 6,51%; mercado foca na Super Quarta e na regra fiscal
março 21, 2023A expectativa do mercado, nesta terça-feira (21), é com relação às decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos. A maioria dos agentes do mercado espera uma nova elevação, amanhã, de 25 pontos-base nos juros norte- americanos, mas uma pausa no ajuste monetário não é descartada.
Por aqui, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a destacar que investimentos e avanços sociais não podem ser colocados como gastos e defendeu o uso de bancos públicos para a oferta de crédito e o financiamento do desenvolvimento do país, o que causou incômodo.
Na manhã desta terça-feira, em entrevista ao portal 247, ele voltou a endurecer as críticas ao Banco Central. Lula afirmou que nunca achou importante a autonomia do BC e disse que a lei indica que o banco precisa cuidar da inflação e do crescimento do emprego. “É irresponsabilidade o Banco Central manter a taxa de juros em 13,75%”.
As declarações vêm na mesma semana em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar o novo arcabouço fiscal. Mas o presidente Lula disse hoje que a apresentação do novo marco fiscal será depois da volta dele da viagem à China.
Desta forma, as expectativas em torno da política monetária do BC ficam ainda mais em evidência. O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia hoje sua reunião de dois dias. A expectativa é de manutenção da Selic em 13,75%. E, amanhã, a chamada Super Quarta, vai mostrar as decisões de Fed e de BC com relação aos juros.
Diante de um cenário com tantas dúvidas, os juros dos títulos do Tesouro Direto apresentavam alta na primeira atualização do dia, às 9h25. O maior retorno, entre os prefixados, era entregue pelo Prefixado 2033, com 13,19%, bem acima – 11 pontos-base (0,11 ponto percentual) dos 13,08% desta segunda-feira (20). O piso, oferecido pelo Prefixado 2026, tinha juros de 12,34%, superiores aos 12,26% da véspera.
Entre os títulos atrelados à inflação o IPCA+2045 entregava o maior retorno, de 6,51%, contra os 6,45% da sessão anterior. O IPCA+2029, que ontem chamou a atenção, com juros de 5,88%, o menor valor do ativo deste ano, apresentava hoje retorno de 5,94%.
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Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na manhã desta terça-feira (20):
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Bolsas mundiais
Os índices futuros dos EUA amanheceram no terreno positivo, estendendo os ganhos da sessão de recuperação da véspera, quando a esperança de que a turbulência bancária fosse contida dominou os mercados. Hoje investidores se posicionam na expectativa de um ritmo mais lento de aperto monetário do Fed à luz da crise bancária. Os traders agora estão precificando uma chance de 77% de um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa quando o Fed encerrar sua reunião de política monetária de dois dias amanhã (22), de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. A probabilidade de uma pausa é de 23%.
Na Ásia, os mercados fecharam com alta em sua maioria, depois que Wall Street registrou um rali de alívio no pregão passado na esperança de que a crise bancária possa estar diminuindo, após a aquisição do banco suíço Credit Suisse pelo rival UBS.
Na frente econômica, o índice de preços ao produtor da Coreia do Sul para fevereiro subiu 4,8% em relação ao ano anterior, abaixo dos 5,1% de janeiro.
Na Europa, os mercados sobem com redução dos temores dos investidores após UBS adquirir seu rival Credit Suisse.
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Na véspera, as bolsas europeias oscilaram, com o índice pan-europeu Stoxx 600 caindo nas primeiras horas de negociação antes de entrar no território positivo.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou ontem que o BC europeu não se comprometerá com a próxima decisão de juros, diante da turbulência do sistema financeiro global, apesar de seguir reforçando que o BC seguirá com sua meta da inflação de 2% ao ano. Segundo ela, incertezas elevadas “reforçam a importância de uma abordagem dependente de dados”.
Juros EUA
Segundo projeções do FedWatch, do CME Group, há 83,4% de chance de elevação dos juros ser de 0,25 p.p. Os juros que hoje estão na faixa de 4,50-4,75% devem chegar a 4,75-5,00% na reunião a ser realizada entre hoje e amanhã pelo Fed. As chances de haver uma manutenção agora estão em 16,6%.
Para a reunião de 3 de maio, a perspectiva predominante (55,3%) é de que a taxa de juros vá para 5,00%-5,25%. A manutenção em 4,50-4,75% agora é aposta de 5,6% do mercado. Uma alta de 0,25 p.p., para 4,75%-5,00% agora é vista por 39,1% do mercado.