Tesouro Direto: taxas de títulos públicos sobem nesta segunda-feira
agosto 10, 2020SÃO PAULO – Após abrirem para negociações com atraso na manhã desta segunda-feira (10), os títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam alta em suas taxas.
Entre os destaques do dia, os investidores monitoram as ordens executivas assinadas no sábado pelo presidente americano Donald Trump para estender os estímulos econômicos contra os efeitos do coronavírus. Entre as medidas está a expansão dos benefícios aos desempregados.
Este decreto vem em meio ao impasse entre democratas e republicanos no Congresso dos Estados Unios para a aprovação de um pacote de mais de US$ 1 trilhão em estímulos para reaquecer a economia impactada pela Covid-19.
Também no radar está o aumento das tensões entre chineses e americanos. O Ministério das Relações Exteriores da China anunciou que vai impor sanções a 11 cidadãos americanos em uma resposta a uma ação similar dos Estados Unidos contra autoridades chinesas e aliados em Hong Kong.
No âmbito doméstico, a atenção recai sobre declaração de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, de que vai barrar qualquer tentativa de burlar o teto de gastos.
“O governo não pode querer usar o Parlamento como instrumento dessas soluções heterodoxas [manobras para ultrapassar o teto de gastos]. Não dá para usar um projeto, uma PEC, pelo menos na Câmara, para burlar o teto de gastos. Se o governo tiver essa intenção, eu discordo e vou trabalhar contra”, afirmou em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.
Segundo ele, o governo está protegido este ano pela PEC do orçamento de guerra e se editar “um crédito extraordinário e depois transformar em restos a pagar (para ampliar o espaço para gastar em 2021), aí pode ser uma pedalada”.
Ainda no Brasil, o governo tenta aprovar o marco legal para o setor de gás natural. O projeto de lei tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados e o Ministério de Minas e Energia espera que sua aprovação renda R$ 40 bilhões em investimentos.
Relatório Focus
De acordo com o relatório Focus, do Banco Central, divulgado nesta manhã, o mercado financeiro voltou a revisar para cima, pela sexta semana seguida, as projeções para o desempenho da economia brasileira e agora estima uma contração de 5,62% para o PIB este ano, levemente acima da queda de 5,66% esperada anteriormente.
Para os economistas ouvidos pela autoridade monetária, a taxa básica de juros deve encerrar o ano no atual patamar, de 2,00% ao ano, subindo para 3,00%, em dezembro de 2021. Para 2022, contudo, a projeção para a Selic foi reduzida de 5,00% para 4,90% ao ano.
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Com a relação à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa é de alta de 1,63% este ano e de 3,00%, no próximo.
Já no câmbio, o dólar deve ficar em R$ 5,20 em dezembro, e em R$ 5,00, ao fim de 2021.
Mercado hoje
No Tesouro Direto, o título prefixado com vencimento em 2023 pagava uma taxa de 3,87% ao ano, ante 3,83% a.a. na tarde de sexta-feira (7). O prêmio pago pelo mesmo papel com vencimento em 2026, por sua vez, subia de 6,08% para 6,10% ao ano.
Entre os títulos indexados à inflação, o papel com prazo em 2026 pagava uma taxa anual de 2,08%, ante 2,07% a.a. anteriormente, enquanto o prêmio pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais e vencimento em 2055 subia de 3,79% para 3,85% ao ano.
No câmbio, o dólar operava em queda de 0,9% ante o real por volta das 10h40, negociado a R$ 5,36.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta segunda-feira (10):
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