Tesouro Direto: taxas de títulos públicos caem pela 4ª sessão; piso de prefixados volta ao patamar de maio
agosto 8, 2022Investidores repercutem, nesta segunda-feira (8), novas revisões nas projeções para a alta de preços neste ano e no próximo. Segundo o Relatório Focus, do Banco Central, a mediana das estimativas agora aponta que a inflação pode encerrar este ano em 7,11%, abaixo dos 7,15% da semana passada.
É a sexta semana seguida de queda nas expectativas para este ano. Na direção oposta, as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023 voltaram a subir, passando de 5,33% para 5,36% hoje – na 17ª alta consecutiva.
Agentes financeiros aguardam ainda a apresentação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, que será divulgado nesta terça-feira (9), para recalibrar as expectativas para este ano.
A terça-feira (9) também será marcada pela divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central. Na semana passada, o colegiado elevou a Selic para 13,75% ao ano, uma alta de 0,50 ponto percentual.
Já na cena externa, as atenções estão voltadas para o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em julho, que será apresentado na quarta-feira (10).
Enquanto isso, no Tesouro Direto, os juros oferecidos pelos títulos públicos operam em queda na manhã desta segunda-feira (8), pela quarta sessão seguida.
Entre os papéis prefixados, o maior retorno era oferecido pelo Tesouro Prefixado 2033, com cupom semestral. Às 9h20, a remuneração do papel era de 12,35% ao ano, abaixo dos 12,48% ao ano vistos na sexta-feira (5). A última vez que esse título tinha oferecido um juro nesse patamar foi em maio de 2022.
No mesmo horário, o Tesouro IPCA+ 2055 entregava a remuneração real mais elevada entre os papéis atrelados à inflação. Na primeira atualização, o juro real era de 5,96% ao ano, valor inferior aos 6,01% registrados na sessão anterior.
Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta segunda-feira (8):
CPI e commodities
Os índices futuros dos EUA seguem com ganhos após a terceira semana consecutiva de alta, com os investidores atentos ao CPI nesta semana. A expectativa, segundo a Dow Jones, é que o CPI principal, que inclui energia e alimentos, caia para 8,7% em julho, de uma alta de 9,1% em junho.
Na média das projeções do consenso Refinitiv, o CPI deve registrar avanço de 0,2% em julho, na comparação com junho.
Na semana passada, números mais fortes do que o esperado para o mercado de trabalho mostraram que a economia americana segue aquecida, o que reforçou a possibilidade de uma alta mais forte dos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Os traders agora estão precificando uma probabilidade maior de que haja um aumento de 0,75 ponto percentual no próximo mês, o que seria o terceiro aumento consecutivo dessa magnitude.
As cotações do petróleo, por sua vez, recuam nesta segunda-feira, próximas das mínimas de meses, uma vez que os temores de recessão prejudicaram as perspectivas de demanda e os dados apontaram para uma lenta recuperação nas importações de petróleo da China no mês passado.
IPCA e Bolsonaro
Na cena econômica, os olhares dos investidores estão atentos ao IPCA, que será divulgado amanhã (9). O Itaú espera uma deflação – quando há queda nos preços em vez de alta – de 0,61%, levando a taxa anual para 10,1% (de 11,9% em junho).
Já na seara política, o presidente Jair Bolsonaro (PL) participa nesta segunda-feira de evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), na sede da federação.
No encontro, Bolsonaro e seus ministros devem fazer um apelo aos banqueiros a respeito das taxas de juros que poderão ser cobradas sobre operações de empréstimos consignados para quem recebe o Auxílio Brasil.