Tesouro Direto: juros de prefixados operam estáveis e piso fica em 11,56%; investidores aguardam payroll

Tesouro Direto: juros de prefixados operam estáveis e piso fica em 11,56%; investidores aguardam payroll

outubro 6, 2022 Off Por JJ

Em dia de alta do dólar e da Bolsa brasileira, os juros oferecidos pelos títulos públicos negociados no Tesouro Direto operam em estabilidade, em sua maioria, no início da tarde desta quinta-feira (6). Alguns papéis, porém, apresentam ligeira alta nas taxas.

A ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE) está entre os destaques do dia. No documento, os dirigentes da autoridade monetária destacaram que os juros estão abaixo da taxa neutra e que é necessário realizar maior aperto monetário, porém o BCE não soube precisar até quando.

Novos números de emprego também são monitorados de perto nos Estados Unidos. Os pedidos de auxílio-desemprego no País chegaram a 219 mil na semana encerrada em 1º de outubro, o que representa uma alta de 29 mil solicitações, segundo o Departamento do Trabalho americano. O consenso Refinitiv esperava para 203 mil pedidos.

O mercado aguarda agora a divulgação do relatório de emprego (payroll), que será apresentado amanhã (6). O documento será acompanhado de perto pelo Fed. Se os números mostrarem que o mercado de trabalho segue aquecido nos Estados Unidos, deve ganhar força a ideia de que a autoridade monetária americana terá que elevar os juros de maneira mais agressiva nas próximas reuniões.

Por volta das 13h50 (horário de Brasília), os rendimentos oferecidos pelos títulos americanos (Treasuries) continuavam a avançar, com destaque para o papel com vencimento em dez anos que oferecia uma taxa de 3,812%, acima dos 3,759% da véspera (5).

Os contratos de petróleo também sobem nesta quinta-feira, pela quarta sessão seguida, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) concordou com o corte de produção de petróleo de 2 milhões de barris por dia (bpd), a partir de novembro. Essa é a maior redução desde 2020.

Já no noticiário local, agentes financeiros monitoram a consolidação de mais alianças por parte dos candidatos à Presidência e novos anúncios de apoio de economistas.

No Tesouro Direto, o juro mínimo oferecido pelos papéis prefixados era de 11,56% ao ano, às 13h de hoje. Tal valor é entregue pelo Tesouro Prefixado 2025 e representa o mesmo percentual registrado na véspera (5).

Entre os títulos prefixados, o papel com vencimento em 2033 e que possui juros semestrais era o único que apresentava ligeira alta nas taxas, com o retorno oferecido passando de 11,76%, na sessão anterior, para 11,79%, às 13h desta quinta-feira.

Já a maior remuneração real entregue pelos títulos atrelados à inflação era de 5,69% ao ano, percentual que era oferecido pelo Tesouro IPCA+2055. Esse valor está em linha com os 5,70% vistos na véspera.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quinta-feira (6): 

Fonte: Tesouro Direto

Política fiscal e apoios

A campanha de Lula ainda está dividida em relação ao caminho da política fiscal a ser adotado num eventual novo governo do PT. O ponto central das divergências é sobre a necessidade ou não de se adotar uma regra de controle das despesas para substituir o teto de gastos, que Lula já antecipou que será revogada se for eleito.

Segundo apurou o Broadcast, a ala política defende a revogação do teto com a permanência da regra de meta de resultados primários (receitas menos despesas, sem gastos com juros da dívida pública).

A ala de economistas do partido tenta emplacar a necessidade de um modelo que combine uma regra de controle de gastos, mas que permita ao mesmo tempo investimentos em projetos prioritários com efeito multiplicador para acelerar o crescimento do PIB. Diante de divergências, há uma movimentação interna para que detalhes sejam apresentados ainda durante o segundo turno das eleições.

Com papel de destaque na economia brasileira durante os governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1995 e 2002, os economistas Armínio Fraga, Pedro Malan, Persio Arida e Edmar Bacha divulgaram nesta quinta-feira (6) uma nota de apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições contra Jair Bolsonaro (PL).

Fraga, que já havia afirmado publicamente que votaria em Lula, foi presidente do Banco Central (BC) durante o segundo mandato de FHC, de 1999 até o final de 2002, depois da saída de Gustavo Franco.

Malan foi ministro da Fazenda durante os oito anos do governo FHC. Também ocupou a presidência do BC entre 1993 e 1995, no governo de Itamar Franco.

Persio Arida, por sua vez, comandou o BC (1995) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de 1993 a 1995, também na gestão Itamar. É apontado como um dos “pais do Plano Real”, assim como Edmar Bacha.

“Votaremos em Lula no 2º turno. Nossa expectativa é de condução responsável da economia”, afirmaram os quatro economistas em texto divulgado nesta quinta.

Transferência de votos de Bolsonaro pode ser limitada

O presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu na frente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa por apoios para o segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto ao garantir a estrutura da máquina pública nos três principais colégios eleitorais do país, na avaliação de cientistas políticos consultados pelo InfoMoney.

Os especialistas, contudo, veem como limitado o potencial de atração de novos eleitores por um lado ou outro na disputa. Isso porque parcela significativa do eleitorado já decidiu em quem votar em 30 de outubro, além do fato de há dúvidas sobre o empenho dos apoiadores em transferir votos e da disposição dos eleitores em seguir tal recomendação em um pleito tão dividido.

Nos últimos dias, Bolsonaro garantiu o apoio de governadores dos estados que concentram os maiores contingentes de eleitores. Em São Paulo, atraiu Rodrigo Garcia (PSDB), que terminou a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes na terceira colocação, com 18,40% dos votos válidos (4.296.293 votos).

O presidente também conta com o palanque do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), que obteve 42,32% dos votos válidos (9.881.995 votos) e agora disputa o segundo turno pelo Poder Executivo local com Fernando Haddad (PT), que ficou com 35,70% (8.337.139 votos) na primeira volta.

Também decidiram apoiar Bolsonaro os governadores Romeu Zema (Novo) e Cláudio Castro (PL), reeleitos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, respectivamente. Juntos, os três estados concentram 63,8 milhões de eleitores − o que equivale a cerca de 40,8% de todos os eleitores registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).