Tesouro Direto: juros avançam até 12,13% ao ano nos prefixados em novo dia de mau humor externo

Tesouro Direto: juros avançam até 12,13% ao ano nos prefixados em novo dia de mau humor externo

setembro 28, 2022 Off Por JJ

A quarta-feira (28) inicia com mais um pregão negativo para Bolsas globais. O sentimento de aversão a risco ajuda a puxar para cima os rendimentos dos títulos americanos (Treasuries). Na máxima intradiária, a taxa do papel de dez anos chegou a ultrapassar 4% pela primeira vez desde 2010.

O índice DXY – que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas fortes – continuou a avançar. Por volta das 9h30 (horário de Brasília), o indicador apresentava alta de 0,16%, aos 114,30 pontos.

O mercado pode balançar ainda mais na sessão de hoje, com discursos de autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central americano). O destaque fica por conta da fala de Jerome Powell, presidente da autoridade monetária americana. Em suas últimas declarações, Powell adotou uma postura mais dura ao destacar que o Fed precisa estar confiante de que a inflação desacelerou para reduzir os juros no País.

Agentes financeiros repercutem também o anúncio de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) fará compras temporárias de Gilts (títulos do governo) de longo prazo, com o objetivo de reverter os recentes movimentos de alta dos papéis e a depreciação da libra.

Já no Brasil, investidores recalibram as expectativas para a inflação no fim do ano após a divulgação IPCA-15 ontem. O mercado acompanha ainda a divulgação dos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto.

No Tesouro Direto, os retornos oferecidos por títulos públicos voltam a subir nesta manhã. Na sessão anterior, os juros entregues pelos papéis apresentaram forte queda impulsionados pela decisão de manutenção da Selic em 13,75% ao ano da semana passada e pela possibilidade de recessão global, o que ajudaria a diminuir pressões de custos e levaria à queda nos preços das commodities, além de números melhores para o IPCA-15.

Porém, na sessão de hoje, o movimento de aversão a risco no mundo, com temores em torno de uma recessão global, parece pesar mais do que o cenário local. Dessa forma, a subida nos rendimentos das Treasuries fez com que as taxas passassem por ajustes para cima.

Entre os papéis prefixados, o juro máximo oferecido era de 12,13% às 9h20, valor acima dos 12,05% ao ano vistos na véspera. O título que entregava essa taxa era o Tesouro Prefixado 2033, com cupom semestral.

Na primeira atualização do dia, a remuneração real oferecida por títulos atrelados à inflação voltava a aproximar dos 5,9% ao ano, com o Tesouro Prefixado 2055 entregando juro real de 5,87% ao ano, percentual acima dos 5,84% da véspera.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quarta-feira (28): 

Fonte: Tesouro Direto

Yuan e Europa

O yuan chinês atingiu o menor nível histórico ante o dólar no mercado offshore. A divisa americana superou a marca de 7,2 yuans pela primeira vez desde que o sistema de negociações da moeda fora da China continental foi implementado há mais de uma década.

O movimento consolida queda de cerca de 12% do yuan offshore frente ao dólar este ano, apesar dos esforços do Banco do Povo da China (PBoC) para conter a desvalorização da moeda local.

No onshore, o dólar também superou a marca de 7,2 yuans, no maior valor desde fevereiro de 2008, durante a crise financeira global. O PBoC fixou a taxa de paridade do dólar em 7,1107 yuans, o patamar mais alto em dois anos.

Também na cena externa, investidores aguardam anúncio da Comissão Europeia sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia, disseram altos funcionários e diplomatas ao site Politico. A Comissão também vai propor um teto de preço para o petróleo russo. Tanto os contratos do petróleo tipo WTI quanto Brent operam em leve alta nesta quarta-feira (28).

Crédito imobiliário

O crédito imobiliário com o uso de recursos da poupança chegou a R$ 16,9 bilhões em agosto, queda de 19,7% em relação ao mesmo mês de 2021. O dado é da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que aponta que em relação a julho, houve queda de 5,7% no volume financiado.

“Apesar da redução no volume financiado, ele foi o segundo maior para um mês de agosto na série histórica”, afirma a Abecip em seu balanço estatístico. Nos oito primeiros meses do ano, houve um recuo de 12,1% em relação ao mesmo intervalo de 2021, para R$ 120,3 bilhões.