Tesouro Direto: juros ampliam alta e prefixados vão a 13,48% com mercado repercutindo dados de inflação dentro e fora do Brasil
fevereiro 24, 2023Os dados da inflação no Brasil e no exterior repercutem no mercado nesta sexta-feira (24). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) em fevereiro, considerado a prévia da inflação oficial medida pelo IPCA, subiu acima do esperado.
Os dados foram apresentados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15 avançou 0,76% em fevereiro, percentual superior aos 0,72% esperados pelo consenso de analistas.
Ao olhar para os números no detalhe, a equipe de análise da XP ressalta que a média dos núcleos seguiu pressionada com dados acima do esperado pela corretora ao avançar 0,67%, contra 0,61% previstos pela casa. Na avaliação da XP, os dados no geral mostram pressões inflacionárias no curto prazo e sinais de uma tendência de desaceleração.
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galápagos Capital, avalia que a inflação deve seguir em queda até junho, quando pode atingir o patamar de 4% – depois disso, a inflação deve voltar ao patamar de 5% ao ano.
Nos Estados Unidos, o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 0,6% em janeiro na comparação mensal e 4,7% na anual, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Departamento de Comércio americano.
O resultado veio acima do esperado pelo mercado, uma vez que o consenso Refinitiv projetava alta mensal de 0,4% e anual de 4,3%.
Os preços dos bens e o de serviços subiram 0,6% em janeiro ante dezembro. Os preços dos alimentos aumentaram 0,4% e os preços da energia avançaram 0,2%.
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No Tesouro Direto, as taxas oferecidas pelos títulos públicos apresentam alta nesta sexta-feira, movimento visto desde manhã. Às 15h26, os papéis prefixados ofereciam juros de até 13,48% ao ano. O percentual era entregue pelo Tesouro Prefixado 2029 e representa um avanço de 15 pontos-base (0,15 ponto percentual) em relação aos 13,33% vistos ontem (23). 28
Títulos atrelados à inflação também registravam alta nas remunerações no mesmo horário, com destaque para a taxa real entregue pelo Tesouro IPCA+ 2045, de 6,39% ao ano na sessão anterior para 6,46% hoje.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na manhã desta sexta-feira (24):
Âncora fiscal
Enquanto o governo busca passar otimismo com a tramitação da nova âncora fiscal, em elaboração pelo Ministério da Fazenda, parlamentares estão incomodados por não terem sido incluídos nas discussões. Congressistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast descartam a possibilidade, cogitada pela equipe econômica, de que a nova regra, que substituirá o teto de gastos, seja aprovada até abril, a tempo de ser incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024.
O clima no Congresso, inclusive na cúpula, é de “indignação” com a forma como o debate sobre o tema tem sido tocado, à margem do Parlamento.
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Combustíveis
O presidente Lula deve esperar pela volta do ministro Fernando Haddad, da Índia, para decidir sobre a manutenção ou não da desoneração dos combustíveis, já que os efeitos da Medida Provisória se encerram nesta terça-feira, dia 28. Hoje Lula ouviu membros da equipe econômica sobre o assunto, como o secretário-executivo, Gabriel Galípolo, que expôs sua contrariedade.
Na reunião, estiveram o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A pressão pela renovação dos efeitos vem da ala política do governo, comandada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante.
IPCA-15
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A prévia da inflação oficial subiu 0,76% em fevereiro, informou nesta sexta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado ficou acima da estimativa dos analistas do mercado financeiro: o consenso Refinitiv apontava para inflação de 0,72%
Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 5,63%, abaixo 5,87% observados nos 12 meses até janeiro. Nesse caso, o consenso dos analistas estava em 5,60%.
Em fevereiro, com exceção de Vestuário, cujos preços recuaram 0,05% depois da alta de 0,42% em janeiro, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de fevereiro.
A maior variação e o maior impacto para a inflação vieram de educação, com 6,41% e 0,36 p.p. respectivamente. Os grupos habitação (0,63% e 0,10 p.p.), com uma aceleração em relação ao mês anterior (0,17%), e alimentação e bebidas (0,39% e 0,08 p.p.) apareceram em seguida. Os demais ficaram entre o 0,08% de transportes e o 0,78% de comunicação.
Na avaliação da Kínitro Capital, a aceleração na margem em fevereiro refletiu os avanços de preços em serviços (1,32%) e administrados (0,57%). A gestora destaca que os principais responsáveis por esses movimentos foram os reajustes anuais das mensalidades escolares e os incrementos de taxa de água e esgoto, energia elétrica e a menor retração de gás de botijão e gasolina.
Por outro lado, a gestora pondera que a alimentação no domicílio e bens industriais cederam com alimentos in natura (mas menos que o esperado) e produtos de cuidados pessoais e vestuário (também um pouco menos que o esperado por nós).
Na visão da Kínitro, os dados de hoje mostram que o quadro geral da inflação segue inalterado, com uma desinflação no acumulado em 12 meses até meados do ano e consequente aceleração no segundo semestre.
“A composição segue refletindo menores preços de alimentos e de bens industriais, com a atenção voltada para os preços dos serviços e nova rodada de elevação dos preços administrados, dada a incerteza sobre os preços dos combustíveis com a volta de impostos no próximo mês”, pondera a casa.
Ao olhar para os números, Felipe Rodrigo de Oliveira, economista da MAG Investimentos, destaca a alta do grupo educação. Para ele, a subida deve levar a alguma revisão altista para o número fechado do mês. Em contrapartida, bens industriais mostraram desaceleração na ponta, puxada pela deflação de vestuário, lembra o profissional.
PCE nos Estados Unidos
Na cena externa, o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,6% em janeiro na comparação mensal e 4,7% na anual, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Departamento de Comércio americano.
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O resultado veio acima do esperado pelo mercado, uma vez que o consenso Refinitiv projetava alta mensal de 0,4% e anual de 4,3%.
O núcleo do PCE exclui variações de preços de alimentos e energia, considerados mais voláteis. Considerando esses preços, a inflação de consumo americana (medida pelo PCE) foi de 0,6% na base mensal e de 5,4% na anual em janeiro.
Os preços dos bens e o de serviços subiram 0,6% em janeiro ante dezembro. Os preços dos alimentos aumentaram 0,4% e os preços da energia avançaram 0,2%.
Ante janeiro de 2022, os preços dos bens aumentaram 4,7% e os dos serviços cresceram 5,7%. Já os preços dos alimentos estavam 11,1 % mais altos e os preços da energia aumentaram 9,6%.
Investidor estrangeiro
O investidor estrangeiro sacou R$ 375 milhões da B3 em 22/02. Assim, no acumulado de fevereiro, a bolsa registra saída de R$ 1,197 bilhão de recursos de estrangeiros. Mas, no somatório de 2023, o ingresso positivo soma R$ 11,352 bilhões. Já o institucional sacou R$ 213 milhões no dia 22, elevando as saídas a R$ 464 milhões (em fevereiro) e a R$ 10,4 bilhões (em 2023).
O investidor individual, por sua vez, ingressou com R$ 418 milhões no dia 22, elevando o saldo positivo a R$ 1,7 bilhão em fevereiro. No dia 22, a bolsa fechou com queda de 1,8%.