Taxas de títulos do Tesouro Direto sobem nesta segunda-feira com aumento de aversão ao risco
maio 4, 2020SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos iniciam a semana da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em alta, em meio a um cenário externo negativo nesta segunda-feira (4) e com aumento das tensões políticas na cena doméstica.
Entre os títulos indexados à inflação, o com vencimento em 2026 pagava uma taxa de 3,51% ao ano, ante 3,43% a.a. na tarde de quinta-feira (30), véspera de feriado. Os papéis com prazos em 2035 e 2045, por sua vez, ofereciam um prêmio anual de 4,41%, ante 4,30% a.a. anteriormente.
Com relação aos papéis prefixados, o juro do papel com prazo em 2023 subia de 4,87% para 4,99% ao ano nesta manhã. Já o prêmio pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais e prazo em 2031 avançava de 7,78% para 7,94% ao ano.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta segunda-feira (4):
Noticiário
No cenário doméstico, investidores repercutem o aumento das tensões políticas após o presidente Jair Bolsonaro ter participado de uma manifestação ontem, em Brasília (DF), na qual alguns milhares de partidários de extrema direita voltaram a pedir o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso e até um golpe militar. Os manifestantes também criticaram o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.
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Ainda no radar político, a Câmara dos Deputados deve votar hoje a proposta de auxílio financeiro a Estados e municípios para combate aos efeitos da pandemia da Covid-19. Ao todo, serão destinados R$ 125 bilhões, incluindo repasses diretos e suspensão de dívidas.
Já na cena externa, a atenção dos investidores recai sobre o aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China, após o presidente americano Donald Trump ter acusado a potência asiática, durante entrevista à rede de TV Fox News nesse domingo, de esconder a epidemia para armazenar suprimentos médicos e equipamentos para combater a doença.
Além disso, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou ao canal ABC, que há “fortes evidências” de que o vírus Covid-19 foi criado em um laboratório em Wuhan.
Mercado vê novo corte da Selic
Apesar de um movimento de alta nas taxas dos títulos públicos nesta manhã, por conta do aumento da aversão ao risco nos mercados, a expectativa dos economistas é de corte de meio ponto percentual da Selic nesta quarta-feira (6), quando sai a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), levando a taxa básica de juros dos atuais 3,75% para 3,25% ao ano. É o que mostra o relatório Focus, divulgado nesta manhã pelo Banco Central.
Na próxima reunião, em junho, contudo, uma nova redução, também de meio ponto percentual, deve levar a taxa para 2,75% ao ano – permanecendo neste patamar até dezembro. Anteriormente, o levantamento mostrava uma expectativa de a Selic encerrar o ano em 3,00%.
Houve ainda no Focus, revisões nas projeções para a taxa básica de juros nos próximos dois anos. Para o fim de 2021, a expectativa de alta foi reduzida de 4,25% para 3,75% ao ano, e para dezembro de 2022, de 5,88% para 5,50% ao ano.
A mediana das projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, por sua vez, caiu pela 12ª vez consecutiva e, agora, os economistas veem contração da economia brasileira de 3,76% em 2020, ante expectativa anterior de retração de 3,34%.
Já em 2021, o mercado espera que a atividade cresça 3,20%, acima da expectativa anterior, de expansão de 3,00%.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta ainda foi cortada pela oitava vez consecutiva, desta vez de 2,20% para 1,97%, em 2020. Também houve ajuste na projeção para a inflação de 2021, de 3,40% para 3,30%.
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