Sindicato dos enfermeiros recebe denúncias sobre unidades de saúde
março 25, 2020O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (SEESE) recebeu denúncias de profissionais da saúde que afirmam estar trabalhando sem os equipamentos de proteção necessários para lidar com a pandemia em que o país se encontra. Segundo a presidente do sindicato, Shirley Morales, além do uso inadequado dos EPI’s, a maioria dos municípios sergipanos não adequou suas rotinas à situação atual.
De acordo com a presidente, Aracaju e Itaporanga estão entre os poucos municípios que se adaptaram à situação, considerando que na grande maioria a distribuição dos equipamentos tem sido feita de maneira inapropriada. “O que a gente vê é que são dadas máscaras para uso durante seis horas de plantão, em unidades de referência que, em tese, deveriam atender somente os sintomáticos e nenhuma outra demanda”, diz Shirley.
Shirley Morales ressalta que o fornecimento de equipamentos precisa seguir algumas regras, principalmente para os profissionais que estão em atenção básica, em contato direto com pacientes que possam ter o coronavírus. Ela afirma ainda que durante o uso das máscaras cirúrgicas, essenciais para a rotina de trabalho neste momento, os equipamentos cedidos aos profissionais precisam ser substituídos, o que é algo que não vem sendo seguido nas unidades básicas. “Na maioria dos casos o equipamento está no almoxarifado, mas não há liberação para os profissionais, gerando muitas reclamações”, explica.
Além dos problemas que estão sendo denunciados sobre os equipamentos para proteção individuais, a presidente do sindicato informou que muitos procedimentos eletivos não estão sendo adiados nas unidades de atendimento. “Existem procedimentos que poderiam ser prorrogados por pelo menos 15 dias, mas a maior parte dos municípios não adotou essas medidas”, diz Shirley.
Para controlar a situação, diante do recebimento das denúncias, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe informa que está elaborando um ofício para que seja apresentado ao Ministério Público. A orientação é de que os profissionais registrem as situações e façam um boletim de ocorrência caso sejam obrigados a trabalhar sem os equipamentos, além de entrar em contato com o sindicato para que as medidas cabíveis sejam adotadas.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) as prefeituras dos municípios que devem se manifestar. Ainda segundo a assessoria de comunicação do órgão, já existe portaria do Ministério da Saúde informando que tem máscaras que podem ser reutilizadas.
por Juliana Melo e Aisla Vasconcelos