Setembro Verde: Aracaju possui protocolo para doação de córneas
setembro 26, 2022Além da campanha de prevenção ao suicídio, setembro também é voltado para a conscientização sobre doação de órgãos e tecidos. A Prefeitura de Aracaju possui, desde 2020, uma equipe no Hospital Municipal Nestor Piva capacitada para a realização do transplante de córneas e de toda a parte burocrática desse processo.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através da campanha “Setembro Verde”, objetiva diminuir o tempo de espera e potencializar o número de doações, bem como falar sobre o gesto de amor e solidariedade que ajuda a salvar vidas. Durante todo o mês de setembro, a gestão realiza ações que reforçam a importância desse tipo de prática.
“A nossa gestão, entendendo a necessidade de contribuir com a doação de órgãos, apoiou o Nestor Piva a voltar a ser esse local de sensibilização. Hoje, existe um fluxo criado entre o Nestor Piva e o Huse, que é onde fica o Grupo de Organização e Procura de Órgãos (OPO), para que todo paciente que dê entrada com suspeita de morte encefálica no Nestor Piva passe por um processo de sensibilização junto à família, mostrando a importância de autorizar a doação”, explica a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza.
Para que seja feita a doação das córneas, a pessoa precisa ter entre 2 e 80 anos, não ter infecções, e ter sofrido morte encefálica ou parada cardíaca há menos de seis horas. Pacientes com desvios e doenças oculares também podem ser potenciais doadores.
Vale destacar que o protocolo de doação diz respeito ao diagnóstico por morte encefálica (ME), uma condição do corpo humano em que ocorre a perda completa e irreversível das funções encefálicas cerebrais, seguindo critérios rígidos, e também a identificação de um doador em potencial e abordagem da família para tratar sobre a doação.
Autorização
O Brasil é referência mundial de doação e transplante de órgãos de forma integral e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), entretanto, a remoção de órgãos só pode ser realizada após a autorização familiar. Mesmo que, em vida, a pessoa demonstre seu desejo de doar, após sua morte, é a família que determina se seus órgãos serão doados ou não. Não há nenhuma lei que garanta que a vontade do doador seja atendida.
Waneska Barbosa explica que o Grupo de Organização e Procura de Órgãos (OPO) também atua nessa frente, realizando o contato humanizado entre o hospital e a família do possível doador.
“É extremamente importante que a gente esteja estimulando a doação de órgãos. Passamos, agora, por um momento muito difícil, que foi a pandemia, e vimos a importância da solidariedade, de não só pensarmos de maneira individual. Em virtude disso, acho que precisamos estimular as pessoas e, uma vez que um ente querido não tenha a chance de permanecer, que possa ajudar outras pessoas a sobreviver. É pensar que aquele alguém de que se gosta tanto estará se perpetuando, dando a vida a um outro ser humano”, reforça a secretária.
Um dos maiores receios das famílias de um possível doador é em relação a aparência do ente falecido, por isso, vale ressaltar que a fisionomia do doador é preservada após a doação, não havendo nenhuma alteração em sua aparência.
Após a autorização da família, o hospital, com acompanhamento do OPO, comunica à Central de Transplantes, responsável por procurar possíveis receptores, tendo como base a compatibilidade entre os envolvidos, para que se possa realizar o procedimento.
Embora a morte de um ente querido seja sempre uma situação difícil para a família, é justamente nesse momento de perda que o sofrimento pode ser transformado em um ato de esperança ao, através da doação, possibilitar uma nova vida para pessoas que aguardam em lista de espera por um transplante de órgãos ou tecidos.
Fonte: Agência Aracaju de Notícias