“Seca de IPOs” pode animar a Bolsa brasileira em um cenário de queda de juros? Morgan Stanley aponta que sim

“Seca de IPOs” pode animar a Bolsa brasileira em um cenário de queda de juros? Morgan Stanley aponta que sim

setembro 26, 2023 Off Por JJ

Seca de aberturas de capital pode ser um bom sinal para o mercado brasileiro? De acordo com o Morgan Stanley, com base em análise de mais de vinte anos do mercado acionário brasileiro, sim. O estudo também levou em conta o cenário de queda de juros por aqui pelo Banco Central.

Em relatório publicado na última segunda-feira (25), o banco destaca que a combinação entre um volume menor de IPOs unido à perspectiva de juros mais baixos nos próximos 15 meses indica bom desempenho para a Bolsa, traçando paralelo histórico para isso.

Nesse cenário, os analistas mantêm exposição em nomes de alta qualidade sensíveis a juros e exportadores alavancados a uma moeda doméstica mais fraca”, afirma a análise.

Menos IPOs e menos juros

Considerando a história do desempenho do mercado de ações brasileiro, em anos seguintes à baixa atividade de IPOs, foi registrado forte desempenho do Ibovespa, segundo aponta o banco. Assim, uma vez que considera que a atividade de abertura de capitais hoje está próxima de zero, o relatório elaborado pelo Morgan Stanley indica que o cenário é construtivo para ações.

“Por outro lado, o excesso de ofertas tem um impacto negativo no desempenho geral do Ibovespa no ano seguinte a um aumento rápido no volume de IPOs e ofertas subsequentes”, destaca o relatório.

Abaixo, segue gráfico elaborado pelo Morgan Stanley destacando os valores dos IPOs (linha em verde) e o desempenho do Ibovespa no ano seguinte em reais (barra em azul), fortalecendo a tese.

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Em relação à queda dos juros, o banco fez uma regressão linear para entender a mudança no fluxo para fundo de ações. Com base nas mudanças da taxa Selic desde 2004, o banco projeta um aumento total nos fluxos de cerca de R$ 28,4 bilhões (5% do total de ativos sob gestão) se a Selic cair 5,25 pontos percentuais até 2024.

O relatório também aponta a possibilidade de aumento de R$ 64,4 bilhões em fluxos adicionais para fundos multimercados. Os dois fluxos estão relacionados a fortes retornos anuais no Ibovespa.

O resultado da análise aponta que é possível esperar que o Ibovespa tenha um retorno positivo de 28% até o fim de 2024. Os números se apresentam em linha com a meta do Morgan Stanley para o cenário otimista no qual o índice atinge 145 mil pontos. No cenário base, o Morgan tem projeção de um Ibovespa a 130 mil pontos em meados de 2024 (alta de 12% frente o fechamento da véspera).

“Mantemos exposição em nossa carteira para Brasil para nomes de alta qualidade sensíveis a juros e para exportadores alavancados a uma moeda mais fraca”, aponta o relatório.

Entre os nomes preferidos para o Morgan Stanley, estão exportadores como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Suzano ([ativo=SUBZ3]) e nomes sensíveis a taxa de juros, como Localiza (RENT3), Iguatemi (IGTI11) Rumo (RAIL3), Equatorial (EQTL3) e XP (XPBR31).

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