Sachsida: Novas medidas terão que ser adotadas caso crise se prolongue, mas não haverá impressão de dinheiro
maio 6, 2020O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, destacou em live organizada pela QR Asset Management na última terça-feira (5) que as medidas adotadas pelo governo para atenuar os efeitos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus estão “de bom tamanho” para um período de três a quatro meses. Contudo, se a crise tiver uma duração maior, novas medidas serão necessárias.
“Já gastamos muito dinheiro. O dinheiro foi bem gasto, está bem direcionado e agora é monitorar se falta em algum lugar”, apontou Sachsida, que destacou ainda que o governo ainda precisa melhorar a transmissão do crédito para micro e pequenas empresas.
Ele rejeitou a ideia do governo emitir moeda para injetar dinheiro na economia caso a crise de prolongue, debate esse que vem ganhando força nos últimos dias. “Ligar a impressora não vai acontecer”, destacou.
O secretário ainda afirmou que é necessário melhorar a rede de proteção social no país. “Infelizmente, vamos ter aumento da pobreza”, disse. “Vamos precisar de políticas de emprego mais adequadas. Sendo bem transparente, o desemprego vai dar um salto no Brasil”, apontou.
Sachsida avaliou ainda que, para sair da crise, o Brasil terá de “voltar urgentemente à agenda pró-mercado”, destacando que as medidas tomadas durante o surto da doença são temporárias. O modelo, segundo ele, vinha produzindo bons resultados até o início da pandemia. “Precisamos separar o ambiente atual do ambiente estrutural. A magnitude dos choques atuais nos força a tomar algumas medidas. As nossas medidas fiscais acabam inevitavelmente até o final do ano”.
Sachsida ainda reforçou que as medidas adotadas durante a pandemia não estão acontecendo para estimular campeões nacionais. “Estamos agindo temporariamente para preservar empresas, empregos e vidas. Todas as medidas fiscais terminam em 2020. Não iremos cometer os erros do passado”, apontou.
Sobre o pós-pandemia, o secretário listou algumas medidas a serem desenvolvidas, como uma legislação mais eficiente sobre a quebra de empresa e de melhora da eficiência do mercado de crédito brasileiro.