Rubens Novaes diz que informou Paulo Guedes sobre renúncia do BB em maio

Rubens Novaes diz que informou Paulo Guedes sobre renúncia do BB em maio

julho 26, 2020 Off Por JJ

(Agência Brasil)

O economista Rubem Novaes sinalizou sua vontade de deixar o comando do Banco do Brasil ao ministro da Economia, Paulo Guedes, no fim de maio. A decisão, garante ele ao Estadão/Broadcast, antecipou o imbróglio envolvendo a publicidade do banco e sites de fake news e que foi parar em órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU).

“Minha primeira mensagem para o PG (Paulo Guedes) antecede a esta questão do CGU. Simplesmente chegou a hora de sair e dar lugar a alguém da geração digital”, disse Novaes.

Segundo ele, além disso, também pesou a “cultura apodrecida” de Brasília. Em recente live, promovida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o executivo já havia demonstrado insatisfação com a realidade política local. Defensor da privatização do BB, Novaes sempre foi visto como um dos pilares liberais do governo Bolsonaro.

Com 75 anos, ele foi escolhido para presidir o BB no governo Bolsonaro. Sua carta de renúncia foi enviada a Guedes entre quarta e quinta-feira desta semana. Desde então, ele e Bolsonaro têm pensado em nomes possíveis para substituí-lo. A expectativa, diz uma fonte, é de que o novo nome seja anunciado ao longo da próxima semana.

A lista de possíveis candidatos, conforme já antecipou o Estadão/Broadcast, tem crescido desde o anúncio da renúncia de Novaes, na noite de ontem. Inclui nomes de executivos do BB, de fora e ainda do Conselho de Administração.

Um dos candidatos mais comentados para presidir o BB é o do próprio chairman do banco, o engenheiro Hélio Magalhães. Ex-Citi, ele comandou a operação da instituição norte-americana no Brasil antes de o braço de varejo ser vendido ao Itaú Unibanco, entre os anos de 2012 e 2017.

Magalhães tem boa relação com Paulo Guedes e ainda com o secretário de Desestatização e Desinvestimento Salim Mattar. Depende, contudo, se ele, aos 73 anos, aceitaria o desafio, que exige, inclusive a mudança para Brasília. Magalhães mora em São Paulo e é membro em conselhos de várias empresas.

Ainda no front interno, alguns nomes de vice-presidentes do BB são cogitados. Dentre eles, estão o de Carlos Hamilton, de Relações com Investidores; Walter Malieni, de negócios de atacado, e ainda Fabio Barbosa, de desenvolvimento de negócios.

No caso de Hamilton, é o nome com melhor entrada na equipe econômica e sinaliza continuidade na gestão de Novaes. Já Malieni conhece as várias frentes do BB. Na outra ponta, Barbosa, com estilo reservado, é visto como um perfil adequado para presidir o banco, considerando os desafios tecnológicos existentes no setor bancário.

Nas apostas externas, a indicação quase que natural é a do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Não há certeza, contudo, se o seu nome está na lista de Guedes e de Bolsonaro. Nos últimos meses, rumores quanto à troca de cadeiras nos bancos públicos cresceram.

Desde ontem à noite, Guimarães tem dito a pessoas próximas, de acordo com fontes, que ainda que fosse convidado não aceitaria o cargo porque está focado e feliz na Caixa. Sob sua gestão, a Caixa tem ganhado holofotes na gestão de benefícios sociais como o auxílio emergencial pago durante a pandemia de ainda tem uma fila de negócios para levar à Bolsa.