Retirada de estímulo fará parcela mais pobre da população reduzir consumo, diz BC

Retirada de estímulo fará parcela mais pobre da população reduzir consumo, diz BC

novembro 6, 2020 Off Por JJ

Mulher segurando cesta de supermercado enquanto escolhe alguns itens da prateleira
(Shutterstock)

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, repetiu nesta sexta-feira que o volume e o timing dos auxílios governamentais na pandemia tiveram impacto direto na recuperação econômica não apenas no Brasil, como em outros países.

“Quando os auxílios forem retirados, haverá um impacto sim. Voltaremos a ter uma queda de demanda, e talvez uma reabertura do hiato do produto”, apontou, em participação no evento Macro Vision 2020 organizado pelo banco Itaú.

Ele lembrou que o auxílio emergencial recuperou a renda geral pré-pandemia, mas o consumo caiu bastante. “Foi feita uma tremenda poupança adicional, que pode ser consumida quando o estímulo for retirado, mas isso muda muito quando se olha o quartil de renda. A parcela da população mais pobre aumentou o consumo, não fez poupança e irá consumir menos”, avaliou. “A retirada do estímulo vai causar solavancos”, completou.

Ociosidade

O diretor de Política Econômica do Banco Central alertou que o prolongamento da pandemia de covid-19 pode causar efeitos mais negativos para setores de serviços ainda impactos por medidas de distanciamento social.

“Alguns setores de bens mostram que não têm mais ociosidade, e até apresentam demanda forte causada em boa parte pelo auxílio emergencial. Já setores de serviços afetados pelo afastamento social seguem com ociosidade bem grande, com renda 40% abaixo da usual. Ainda estão vivos, mas pode se tornar uma situação preocupante se a pandemia se prolongar”, afirmou Kanczuk.

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