Renda passiva: como fazer o seu dinheiro “trabalhar” para você

Renda passiva: como fazer o seu dinheiro “trabalhar” para você

agosto 25, 2022 Off Por JJ

renda passiva
Foto: Getty Image

Sem dúvida, multiplicar o dinheiro e viver de rendimentos é o sonho de muitas pessoas que investem para ter segurança no futuro. Isso pode não ser fácil, mas existem, sim, formas de colocar o dinheiro para trabalhar e gerar resultados com renda passiva.

E não é preciso necessariamente ter muito dinheiro para receber rendimentos fora do trabalho. Neste guia, você conhecerá diferentes formas de obter renda passiva por meio dos seus investimentos. Portanto, se você está em busca de alternativas para reforçar o caixa mensal, continue a leitura a seguir!

• O que é renda passiva
• Viver de renda passiva
• Renda passiva x renda extra x renda ativa
• Investimentos para ganhar com renda passiva
• Como calcular a renda passiva
• Dicas para ter uma renda passiva

O que é renda passiva

Basicamente, a renda passiva é aquela que não depende do trabalho. Ou seja, é possível ter valores garantidos que entram no caixa periodicamente sem que haja uma contraprestação direta em algum tipo de serviço.

Por exemplo, você pode ter renda passiva ao alugar um imóvel ou algum outro bem que possui. Ou, se você criou uma marca ou produziu alguma obra, como um livro ou uma música, pode cobrar royalties por esses ativos se alguém se interessar em explorá-los comercialmente.

Seja como for, todo dinheiro que você consegue receber e que não esteja associado ao seu trabalho é considerado uma renda passiva.

É possível viver de renda passiva?

Salvo se receber uma herança ou ganhar na loteria, durante a maior parte de sua vida economicamente ativa a sua renda será ativa. Ou seja, o seu patrimônio será majoritariamente construído com o fruto do seu trabalho, seja ele regular ou esporádico.

Porém, se houver um bom planejamento financeiro de longo prazo, há chances de que, com o passar do tempo, a sua renda passiva se iguale (ou mesmo supere) a ativa.

Para que isso aconteça, é preciso ter foco e disciplina para executar esse planejamento. Mas antes, é muito importante conhecer algumas falácias bastante comuns no mundo dos investimentos, para evitar crenças equivocadas.

Uma das mais frequentes e mais prejudiciais às suas finanças é a de que não adianta começar a investir com pouco dinheiro.  

Além de estar equivocada, a afirmação é justamente o contrário do que especialistas aconselham. Não importa se você está no início da vida profissional e ainda ganha pouco. Para acumular patrimônio de forma estável ao longo da vida, o importante é justamente começar cedo a montar as reservas financeiras.

Independentemente do valor, estabelecer uma quantia mensal para guardar lhe ajudará a criar a rotina de investir. E, com o passar do tempo, você aumentará gradualmente o valor de suas reservas, pelo aumento dos aportes mensais conforme sua remuneração crescer e pelo poder multiplicador dos juros compostos. Ambas as variáveis são muito importantes e trabalharão positivamente pelo seu patrimônio.

Resumidamente: não há garantias de que se possa viver de renda passiva. Mas se você tiver uma rotina financeira planejada e equilibrada, há boas chances de que os rendimentos do seu patrimônio possam lhe proporcionar conforto no futuro.

Quando alguém consegue viver de renda passiva?

Para responder a essa pergunta, é preciso identificar em que fase da vida está a formação do patrimônio. De forma geral, as pessoas passam por três etapas desde o início da vida profissional até a aposentadoria: a fase de acumulação, a fase de multiplicação e a fase de fruição e preservação.

A fase de acumulação é quando se começa a formar o patrimônio e, por isso, as reservas ainda são pouco expressivas. Nesse momento da vida, a primeira coisa a fazer é criar uma reserva de emergência, que dará suporte a imprevistos financeiros.

Não há um valor padrão para essa reserva, pois ela deve considerar o nível de gastos de cada um. Constituída essa reserva, é hora de pensar na diversificação da carteira, para aumentar as chances de retorno e mitigar os riscos dos investimentos.

Já na fase de multiplicação, é normal o investidor adotar mais estratégias de diversificação do patrimônio. Como já possui recursos acumulados, busca formas de potencializar os seus rendimentos, ao mesmo tempo que cuida para preservar o que já conquistou.

Por fim, na fase de fruição, a prioridade do investidor é proteger o patrimônio que acumulou durante a vida e desfrutar dele. Normalmente, é nesse momento que a renda passiva começa a tomar uma proporção maior no orçamento, desde que, é claro, os investimentos proporcionem esse tipo de entrada de caixa.

A renda ativa e a renda extra são aquelas que estão vinculadas a uma atividade produtiva. Por exemplo, se você é um trabalhador assalariado ou um profissional liberal, a sua principal renda ativa vem da remuneração da sua atividade.

No entanto, pode ser que você tenha uma segunda ocupação, seja para complementar o orçamento mensal ou mesmo por hobby. Por exemplo, no período de entrega da declaração do Imposto de Renda, algumas pessoas fazem esse trabalho para amigos ou familiares e recebem por isso. Ou em datas festivas que movimentam mais o comércio, é comum a contratação de profissionais temporários nos finais de semana ou em horários diferenciados nas lojas.

Independentemente da situação, a remuneração obtida dessa atividade secundária será a renda extra. Ou seja, a renda extra também é uma renda ativa, pois ela só existe quando há um trabalho desempenhado por parte de quem a recebe.

Já a renda passiva é aquela que independe de qualquer atuação direta sua para que exista.

Quais investimentos são indicados para ganhar com renda passiva

No mercado financeiro, existem alternativas que proporcionam entradas periódicas de caixa, e muitos investidores utilizam essas modalidades para obter renda passiva. A seguir, conheça algumas das mais comuns:

Ações que pagam dividendos

Investir em ações pagadoras de dividendos é uma das formas que você tem de obter renda passiva com investimentos.

No Brasil, todas as empresas que auferem lucro são obrigadas por lei a distribuir parte desse valor sob a forma de dividendos. Porém, as que atuam em determinados setores mais maduros conseguem distribuir dividendos mais robustos e de forma mais regular do que as que fazem parte da nova economia (como as empresas de tecnologia, por exemplo).

No caso dessas últimas, é bastante comum apresentarem prejuízos nos primeiros anos de operação. Isso ocorre justamente pela necessidade de reinvestimento constante, já que a sua posição no mercado ainda não está consolidada, e há muitos concorrentes em setores inovadores.

Por outro lado, as gigantes da Bolsa dos setores financeiro, de telecomunicações, de infraestrutura, de energia, entre outros, possuem mais previsibilidade de resultados. Além disso, não há mais necessidade nem espaço para investirem intensivamente na atividade. Logo, possuem mais folga de caixa para distribuir proventos entre os acionistas.

Fundos Imobiliários (FIIs)

Outra forma interessante de receber renda passiva é investindo em fundos imobiliários (FIIs), que também são obrigados a distribuir dividendos. No caso dos FIIs, a obrigatoriedade é de 95% dos lucros auferidos pelo fundo, sendo que ele estará dispensado da distribuição somente se tiver resultado líquido negativo.

Em relação à periodicidade, a lei determina que os FIIs distribuam lucros com base no resultado de cada semestre. No entanto, como estratégia para atrair mais cotistas, a maioria opta por distribuir dividendos mensais.

Existem três diferentes tipos de fundos imobiliários: os de tijolo, os de papel e os híbridos. Como o nome sugere, os fundos de tijolo possuem o patrimônio formado por imóveis de diferentes segmentos, como lajes corporativas, shoppings, bancos, hospitais, galpões logísticos, e assim por diante.

Já os fundos de papel são formados por recebíveis de transações do mercado imobiliário, como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) ou LHs (Letras Hipotecárias).

Por fim, os fundos híbridos mesclam os dois tipos de ativos – imóveis físicos e recebíveis imobiliários – em seu patrimônio.

Leia mais: Dividendos em FIIs: como funcionam e como recebê-los? – InfoMoney

Tesouro Direto

Entre os títulos públicos, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+ oferecem a possibilidade de recebimento de juros semestrais. Logo, essas modalidades também são uma alternativa para quem busca renda passiva com investimentos.

Lembrando que títulos prefixados, como o Tesouro Prefixado, são interessantes quando existe a expectativa de queda de juros nos próximos tempos. Dessa forma, você consegue garantir uma remuneração mais alta antes que a Selic venha a cair.

Já o Tesouro IPCA+ é uma boa opção em tempos de inflação alta, pois o investimento acompanha a performance do principal índice de inflação do Brasil.

Como calcular a renda passiva

Para calcular a renda passiva, você precisa primeiro definir quanto deseja receber mensalmente no futuro. A partir daí, deve buscar investimentos que remunerem o seu capital de forma a alcançar o seu objetivo.

O conceito é simples, mas dá certo trabalho fazer essa projeção. Para facilitar o entendimento, confirma uma simulação hipotética.

Digamos que você pretenda ter uma renda de R$ 10.000 por mês quando se aposentar. Porém, se considerar o que receberá do INSS e a sua previdência privada, os seus rendimentos mensais chegarão a R$ 5.000 (ou R$ 60.000 anuais). Logo, precisará buscar a diferença em algum investimento que lhe gere renda passiva.

Nesse caso, você precisará calcular juros reais aproximados dos seus investimentos. Quando falamos em juros reais, estamos nos referindo à taxa de juros descontada da inflação.

Considere agora que, até você se aposentar, a inflação média seja de 4% ao ano, e que a taxa média de seus investimentos seja de 8% ao ano. Dessa forma, os juros reais que você receberá serão de 4% ao ano.

Com essas informações, você já pode calcular qual valor de patrimônio precisará ter para gerar a renda passiva que projeta. Acompanhe:

– renda passiva anual necessária: R$ 60.000

– juros reais médios dos investimentos: 4% ao ano (0,04)

Patrimônio necessário: R$ 60.000 / 0,04 = R$ 1.500.000

Ou seja, considerando a taxa média de 4% ao ano, você precisará acumular um patrimônio de R$ 1.500.000 para que possa ter uma renda passiva de R$ 5.000 mensais quando se aposentar.

É claro que a inflação, os juros e diversas outras variáveis que mexem com o mercado mudarão muito até você se aposentar. Além disso, não há como prever a periodicidade ou a intensidade dessas variações. Por isso, o ideal é definir uma estratégia de investimentos de longo prazo e revisá-la periodicamente, para entender se ela ainda está aderente aos seus objetivos iniciais.

Por exemplo, em momentos de alta dos juros, há opções muito interessantes e seguras na renda fixa. Já quando a bolsa sobe, desde que o seu perfil seja mais arrojado, há boas alternativas em ações, fundos imobiliários e diversos outros ativos de renda variável.

Dicas para ter uma renda passiva com investimentos

Depois de entender o que é renda passiva e conhecer alguns investimentos que lhe permitem essas entradas financeiras, é hora de saber como investir com esse objetivo. A seguir, confira algumas dicas.

Dica 1 – Estabeleça um planejamento financeiro de longo prazo

O primeiro passo para quem pretende viver de renda passiva ou, ao menos, tê-la como um complemento de caixa, é estabelecer objetivos financeiros de longo prazo. Em quanto tempo você pretende se aposentar? Qual seu custo de vida esperado quando isso acontecer? De quanto dinheiro você precisará? Essas são algumas das perguntas que precisam ser respondidas para projetar o montante financeiro necessário no futuro.

Dica 2 – Crie o hábito de investir

No início da vida profissional, criar o hábito de investir pode ser bem mais difícil. No entanto, se você tiver disciplina para fazer isso com regularidade, a multiplicação do patrimônio ganha velocidade com o passar do tempo. Lembrando que, para que a sua estratégia financeira surta o efeito esperado, é importante escolher bons investimentos, conforme veremos na próxima dica.

Dica 3 – Aprenda sobre investimentos e mantenha-se bem informado sobre o mercado

Para fazer boas escolhas, é preciso conhecer alternativas de investimentos que atendam ao seu perfil e objetivos financeiros. Não que seja necessário ser um expert em finanças, mas bons conhecimentos sobre indicadores financeiros e variáveis macroeconômicos (como inflação, taxa de juros, câmbio, entre outros) são importantes nesse sentido.

Além disso, acompanhar os principais acontecimentos do mercado financeiro também permitirá avaliar o desempenho dos seus investimentos.

Dica 4 – Diversifique a sua carteira

A velha máxima de alocar o patrimônio em ativos diferentes vale também para quem investe com o objetivo de renda passiva.

Por exemplo, se você investe em ações e FIIs, é importante diversificar os seus recursos em segmentos diferentes de empresas e em tipos e setores distintos de fundos imobiliários. Já se o seu perfil é mais conservador, pode optar por títulos de renda fixa de prazos e/ou indexadores diferentes (Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+, por exemplo).

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