Rali de novembro indica recuperação de ativos emergentes em 2021
novembro 30, 2020
(Bloomberg) — Investidores de mercados emergentes parecem ter tudo a favor agora, e o rali de novembro oferece uma pista do que 2021 pode reservar.
Uma infinidade de fatores positivos – como políticas acomodatícias de bancos centrais, a iminente mudança de governo nos EUA e avanços das vacinas contra a Covid-19 – colocou os ativos dos países em desenvolvimento em curso para alguns marcos impressionantes. Os títulos eliminaram as perdas acumuladas no ano, enquanto o índice de moedas MSCI deve registrar o melhor mês desde janeiro de 2019, bem como o segundo ganho anual seguido. O indicador de ações MSCI está a caminho do melhor mês desde março de 2016.
A recuperação é sustentada pelo renovado interesse de investidores estrangeiros. No quarto trimestre, as entradas de portfólios para mercados emergentes devem atingir o maior nível em oito anos, segundo dados do Instituto de Finanças Internacionais. No entanto, apesar de toda a euforia, as posições estrangeiras em títulos e ações de países em desenvolvimento, exceto a China, permanecem baixas.
Para Sameer Goel, responsável por pesquisa macro de mercados emergentes do Deutsche Bank em Cingapura, o rali está longe de terminar. Segundo ele, os ativos subinvestidos de mercados emergentes “têm um potencial cíclico considerável de recuperação”.
O Deutsche Bank não é o único que aposta em mais ganhos. Goldman Sachs e JPMorgan Chase também fizeram previsões otimistas sobre a classe de ativos nas últimas semanas. O UBS disse na semana passada que os ativos de mercados emergentes podem se beneficiar da perspectiva de “normalização quase completa” da mobilidade econômica global até o final do próximo ano.
A mobilidade é fundamental para a recuperação, e é por isso que a possibilidade de aumento dos casos de Covid continua sendo um risco, diante da queda das temperaturas médias em muitas das economias desenvolvidas e socialização durante as festas de fim de ano.
Medidas de alguns bancos centrais, incluindo os de Taiwan, Coreia do Sul e Tailândia, para uma abordagem mais assertiva na redução dos ganhos cambiais podem limitar a valorização. O comportamento do banco central da China também será observado para quaisquer sinais de resistência à força do yuan.
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