Profissional da Saúde de SE atuará no apoio humanitário aos Yanomami
fevereiro 1, 2023O estado de Sergipe terá um profissional de saúde atuando como voluntário na missão humanitária em Roraima (RR) para resgatar e ajudar indígenas Yanomami que sofrem com malária e desnutrição severa. O enfermeiro do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) Marcos Aurélio da Silva Fonseca, 56 anos, viaja nesta sexta-feira, 3, e deverá ficar no território indígena por cerca de 10 dias.
Fonseca vai compor a equipe da Força Nacional do SUS, convocada para a emergência em saúde pública nas terras dos Yanomami. Ele conta que o interesse em participar de missões pelo Ministério da Saúde surgiu há muitos anos, quando realizou o primeiro cadastro.
“Desde que surgiu a Força Nacional do SUS, em 2011, eu me interessei, fiz um cadastro e comecei a participar de algumas atividades, inicialmente com treinamentos e nos anos de 2012 e 2013 fiz três missões pela Força: enchentes no Acre, imigração dos haitianos e a Copa das Confederações”, diz.
Em Roraima, Marcos Fonseca vai desenvolver atividades tanto no território Yanomami quanto no hospital de campanha em Boa Vista. “Serão ações de prevenção e promoção em saúde. Lá já existem algumas equipes e outras vão para lá a partir do dia 3, não só enfermeiros, mas vários outros profissionais da saúde”, explica.
Um dos objetivos, segundo ele, é ajudar a diminuir o sofrimento de indígenas com casos de desnutrição aguda, além pneumonia, diarreia, malária e outros problemas graves de saúde pública. “Tenho lido e visto vídeos que nos mostram uma situação muito difícil, tanto pela fome quanto pelas doenças que estão acometendo os Yanomami. Cuidar e diminuir o sofrimento deles é o ideal de quem se coloca à disposição desse tipo de missão”, afirma.
No relatório da missão estão várias dificuldades que o enfermeiro irá enfrentar, como dormir no mato e a alimentação, que precisará ser ajustada de acordo com o campo. Mas, segundo ele, fazer algo bom na vida de alguém tem uma importância e representatividade que é difícil mensurar.
“O caráter humanitário desse tipo de missão é algo indescritível. Saber que você pode fazer algo que pode ser muito para quem está precisando naquele momento, ou não tem perspectiva nenhuma. Isso não se aprende nas escolas. É difícil mensurar o grau de importância e representatividade que esse tipo de missão representa, a satisfação em fazer o bem ao próximo está acima de tudo”, explica.
O enfermeiro entrou no Huse em 1990 por convênio com o Amparo de Maria e depois se consolidou por meio de um concurso público, no ano de 1995. Hoje ele atua na unidade como enfermeiro da Organização de Procura de Órgãos (OPO Sergipe).
Fonte: SES