Procura por trabalho no fim de ano aumentou taxa de desemprego, diz IBGE

Procura por trabalho no fim de ano aumentou taxa de desemprego, diz IBGE

dezembro 1, 2020 Off Por JJ

(Getty Images)

O mercado de trabalho absorveu 1,2 milhão de trabalhadores em apenas um mês, mas ainda não foi o suficiente para assimilar toda a mão de obra que busca por uma vaga. A taxa de desemprego no país aumentou de 14,0% em setembro para 14,1% em outubro, maior resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, iniciada em maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, o aumento na taxa de desemprego é decorrente de um movimento sazonal de aumento na busca por emprego impulsionado pelas festas de fim de ano, ao mesmo tempo em que ocorre a flexibilização das medidas de isolamento social. Porém, embora haja mais pessoas procurando uma ocupação, o mercado de trabalho ainda não consegue gerar vagas em quantidade suficiente para absorver toda a mão de obra disponível.

“Tem mais gente procurando, como é natural que tenha, só que essa mão de obra não está sendo absorvida na mesma magnitude, é por isso que a taxa de desocupação cresce. Quando a economia vai bem, essa mão de obra é absorvida. Quando a economia não vai bem, essa população não é absorvida. A população ocupada está aumentando, mas não o suficiente”, disse Maria Lucia.

O total de pessoas à procura por trabalho subiu a 13,763 milhões em outubro, cerca de 277 mil pessoas a mais que em setembro. Em relação a maio, quando teve início a pesquisa, a população desempregada saltou 35,9%, 3,634 milhões de pessoas a mais nessa condição.

O total de pessoas trabalhando também aumentou, totalizando 84,134 milhões de pessoas, 1,2 milhão de vagas a mais que em setembro. Apesar da melhora recente, o total de ocupados ainda não retomou o patamar de maio, quando somava 84,404 milhões de pessoas.

A coordenadora do IBGE lembra que houve avanço em outubro na geração de vagas com carteira assinada no setor privado, 401 mil postos de trabalho formais a mais em relação a setembro, e o rendimento efetivamente recebido pelo trabalhador vem diminuindo a distância em relação ao rendimento habitual.

“Aumentou a proporção de informais, mas houve algum aumento no efetivo (de trabalhadores) com carteira”, disse ela.

O contingente de inativos diminuiu de 74,110 milhões em setembro para 72,704 milhões em outubro, uma redução de 1,9%. Entre os inativos, 24,8 milhões gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, sendo que 14,5 milhões deles argumentaram que não procuraram uma vaga devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade.

“Está tudo relacionado. A gente um período que todo mundo ficou em isolamento social. Com a flexibilização desse isolamento, as pessoas passaram a ter que procurar alguma atividade, alguma ocupação para poder ter algum rendimento. A maior parte da população brasileira precisa trabalhar para pagar as contas, nao tem grandes reservas. Com essa flexibilização das medidas de distanciamento social, as pessoas passaram a procurar (trabalho)”, acrescentou Maria Lucia.

O nível de ocupação subiu de 48,6% em setembro para 49,3% em outubro.

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