Presidente da Câmara nos EUA é desafiada por maioria apertada e divisões do Partido Democrata
novembro 16, 2020
(Bloomberg) – A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, enfrenta o desafio iminente de unir um Partido Democrata dividido em apoio à agenda do presidente eleito Joe Biden, sem colocar em risco sua pequena maioria nas eleições de meio de mandato daqui a dois anos.
Com a maioria mais apertada das últimas décadas, a capacidade de Pelosi de conseguir consenso e manter os democratas na mesma direção será seriamente testada pelas duas facções do partido.
Depois que os democratas perderam 10 assentos na Câmara nas eleições, a tensão se espalhou no Twitter, em entrevistas e em uma teleconferência, colocando representantes de distritos decisivos, como Conor Lamb, da Pensilvânia, e Abigail Spanberger, da Virgínia, contra o grupo de jovens progressistas liderados por Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York.
Em carta aos democratas na segunda-feira, Pelosi reconheceu a importância de defender causas, mas enfatizou a necessidade de o partido construir um consenso e elaborar uma legislação que “respeite o pensamento e os valores de todos os membros”.
“Defendemos porque acreditamos que podemos convencer os outros do nosso ponto de vista”, disse Pelosi. “Se defendermos a unificação, podemos prevalecer.”
Primeiro teste
O primeiro teste de Pelosi acontece no final desta semana. Os democratas da Câmara realizarão eleições de liderança que parecem oferecer uma repetição da equipe existente no topo, liderada por Pelosi, de 80 anos, pelo líder da maioria, Steny Hoyer, de 81 anos, e por James Clyburn, de 80. As eleições serão realizadas virtualmente, com discursos de nomeação e apresentações de candidatos conduzidos por videochamada. Os membros usarão um aplicativo especial de telefone para votar, criptografado para manter suas escolhas em segredo.
Pelosi pede ao caucus que seja escolhida novamente como a principal líder democrata e indicada para presidente da Câmara. Mas a votação oficial para o cargo de presidente da Câmara ocorre no plenário em janeiro, com a participação de representantes de ambos os partidos.
Para complicar, os democratas ficaram aquém das expectativas no Senado, privando Pelosi de um parceiro poderoso para avançar os objetivos legislativos do partido.
Dependendo do resultado de duas eleições de segundo turno na Geórgia, os democratas, na melhor das hipóteses, controlariam nominalmente um Senado 50-50, com senadores mais conservadores como Joe Manchin, de West Virginia, e Kyrsten Sinema, do Arizona, colocando um freio nos impulsos mais liberais da Câmara. Na pior das hipóteses para os democratas, os republicanos sairiam com uma vantagem de 52-48.
Pelosi disse que, apesar de trabalhar com uma maioria reduzida, os desafios são menores por ter Biden na Casa Branca.
“Lembrem-se de que teremos a oportunidade de transformar projetos em lei”, disse em conferência de imprensa na sexta-feira. “Nossa influência e poder aumentam muito por termos um presidente democrata.”
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