Prêmios de títulos do Tesouro Direto têm alta nesta sexta-feira

Prêmios de títulos do Tesouro Direto têm alta nesta sexta-feira

outubro 30, 2020 Off Por JJ

Crédito: Shutterstock

SÃO PAULO – Os prêmios pagos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam alta na manhã desta sexta-feira (30), em mais um dia de tensão em Brasília e cautela no exterior.

O título prefixado com vencimento em 2023 pagava uma taxa anual de 5,19% na abertura dos negócios, ante 5,12% a.a. na tarde de quinta-feira (29). O juro pago pelo mesmo papel com prazo em 2026, por sua vez, subia de 7,37% para 7,41% ao ano.

Entre os títulos indexados à inflação, o com prazo em 2035 oferecia um prêmio anual de 4,18%, frente a taxa de 4,15% anteriormente. Já o prêmio do Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055 avançava de 4,29% para 4,31% ao ano.

No caso do Tesouro Selic, a taxa de deságio permanecia estável em relação à apresentada ontem, em 0,19%.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta sexta-feira (30):

Fonte: Tesouro Direto

Ambiente político

Na cena doméstica, o ministro da Economia Paulo Guedes voltou a criticar ontem, durante audiência no Congresso, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), desta vez, pelo suposto financiamento de estudo que daria apoio a um “ministro gastador”.

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“A Febraban é uma casa de lobby muito honrada, o lobby é muito justo. Mas tem que estar escrito na testa, ‘lobby bancário’, que é para todo mundo entender do que se trata. Inclusive financiando estudos que não tem nada a ver com a atividade de defesa das transações bancárias. É importante dizer isso. Financiando ministro gastador para ver se fura teto, para ver se derruba o outro lado”, disse.

Guedes não citou nenhum nome específico, mas, no geral, veículos de imprensa interpretaram que ele pareceu fazer uma referência velada ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Isso porque enquanto Guedes defende o respeito ao teto de gastos, Marinho defende financiar obras públicas e aumentar gastos para impulsionar a recuperação da economia após a pandemia.

Na agenda de indicadores, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,4% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em igual período de 2019, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,8%. No trimestre até julho de 2020, a taxa de desocupação estava em 13,8%.

Por conta do feriado de finados na segunda-feira (2), os investidores adotam um tom de maior cautela hoje, uma vez que o mercado brasileiro ficará fechado, sem poder reagir a eventuais desdobramentos da Covid-19, que volta a bater recorde nos Estados Unidos e na Europa, e às vésperas da eleição presidencial americana na terça-feira (3).

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Quadro internacional

No exterior, os mercados seguem repercutindo neste último pregão de outubro os resultados corporativos do terceiro trimestre e o avanço do coronavírus nos Estados Unidos e na Europa.

Durante a semana, França e Alemanha anunciaram novos lockdowns para conter o avanço da doença, o que levou investidores a projetarem um desempenho pior para a economia global em 2020.

Nos Estados Unidos, permanece a decepção com o impasse para a aprovação de um novo pacote de estímulos econômicos para minimizar os impactos da pandemia.

Também por lá, a proximidade das eleições presidenciais, a serem realizadas em 3 de novembro, segue no radar.

Ontem, as gigantes de tecnologia Apple, Amazon, Facebook e Alphabet, dona do Google, reportaram os balanços do último trimestre e todas apresentaram aumento de receitas no período.

A falta de previsões quanto ao que esperar nos próximos trimestres, contudo, desanimaram investidores após o fechamento das bolsas, quando as ações das gigantes tiveram quedas, com exceção da Alphabet, que tradicionalmente não apresenta previsões.

O Facebook apresentou previsões cautelosas, a Apple não apresentou projeções, e a Amazon prevê grandes gastos para lidar com as questões relacionadas à Covid-19.

Juntas, as companhias têm valor de mercado de cerca de US$ 5,3 trilhões, cerca de um quinto de todo o valor do índice S&P 500.

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