Petróleo WTI salta quase 30% após fortes quedas com tensão EUA-Irã e espera por cortes de produção

Petróleo WTI salta quase 30% após fortes quedas com tensão EUA-Irã e espera por cortes de produção

abril 22, 2020 Off Por JJ

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(Getty Images)

SÃO PAULO – Após duas sessões bem negativas e de operar nas mínimas desde 1999 mais cedo, a sessão é de disparada para as cotações do petróleo. O contrato WTI com vencimento em junho sobe 27,48%, a US$ 14,75 o barril, enquanto o brent tem alta mais modesta, de 8,12%, mas volta a superar o patamar dos US$ 20 o barril, a US$ 20,90.

Alguns fatores levam a essa alta do petróleo, em especial o WTI, que viu o seu contrato para maio chegar a operar no negativo às vésperas do vencimento em meio às preocupações com a falta de espaço para armazenamento do petróleo (veja mais clicando aqui).

Na véspera, em videoconferência, diversos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e aliados (o chamado grupo OPEP+) analisaram a forte queda dos preços da commodity.

Segundo apontou uma fonte da Opep à agência Reuters, é “lógico” esperar que a Opep+ anuncie  maiores cortes de produção.

De acordo com estimativas de Jim Burkhard, da IHS Markit, é possível que sejam retirados do mercado 17 milhões de barris por dia se forem levados em conta os cortes já anunciados e outras suspensões de produção – devido aos baixos preços, que não permitem margens operacionais viáveis.

A Energy Aspects espera que as iminentes paralisações nos EUA representem pelo menos 1,3 milhão de bpd, que se somariam aos cortes já anunciados pelo país neste mês.

Os integrantes da Opep+ vão implementar a partir de 1 de maio um corte de produção de 9,7 milhões de barris por dia. Apesar da redução ser histórica, ela não é suficiente para compensar a queda da demanda, que é da ordem dos 30 milhões de barris diários por conta do impacto do coronavírus.

Além disso, o cenário de tensão internacional também leva à alta da commodity. Donald Trump, presidente dos EUA, afirmou pelo Twitter que ordenou a Marinha a bombardear e destruir embarcações iranianas que ameacem os navios americanos. O Irã é um dos maiores produtores de petróleo.

Há uma semana, o Pentágono acusou Teerã de realizar “manobras perigosas” no mar, quando – de acordo com Washington – 11 lanchas iranianas navegaram perto de navios americanos nas águas internacionais do Golfo, em “alta velocidade”.

Em resposta, Teerã reclamou da versão americana “hollywoodiana” do que aconteceu e acusou a Marinha dos EUA de comportamento “não profissional” no Golfo. Teerã acusa Washington de ter “bloqueado a passagem” de um navio iraniano no início de abril, exibindo “comportamento perigoso e ignorando avisos” da embarcação.

Ainda sobre o presidente americano, em pronunciamento na noite da véspera, ele prometeu aos empresários do setor de energia, petróleo e gás que irá ajudá-los a superar a crise, em um cenário em que muitas companhias do setor, fortemente endividadas, estão à beira da falência. O republicano garantiu que “nunca abandonará esse grande setor” da economia americana, e pediu ao secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, que apresente medidas de apoio nessa área.

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(Com Agências internacionais)