Petróleo WTI para junho desaba 20% e derruba bolsas europeias e futuros de NY; EWZ cai quase 4%
abril 21, 2020SÃO PAULO – Em dia de feriado de Tiradentes no Brasil, em que a B3 não terá negociação, as bolsas europeias, asiáticas e os índices futuros de Nova York caem forte seguindo o sell-off sem precedentes do petróleo.
O contrato do petróleo WTI com vencimento em junho registrava durante a manhã forte derrocada de 22,61%, a US$ 15,81 o barril, enquanto o brent tinha perda de 18,89%, a US$ 20,74.
Na véspera, o contrato do barril de petróleo americano WTI para maio, que registra vencimento nesta terça-feira (21), encerrou a última segunda-feira (20) cotado a um preço negativo pela primeira vez na história.
O contrato WTI para maio fechou na véspera a US$ 13,10 negativos, sendo negociado durante esta manhã a US$ 6,25 negativos por barril, o que significa que os produtores efetivamente pagariam aos comerciantes que tirassem o petróleo de suas mãos. No entanto, à medida que os contratos se aproximam da expiração, o volume de negociação é geralmente reduzido. Portanto, os contratos de longo prazo podem ser mais indicativos de como Wall Street vê o preço do petróleo.
O movimento de forte baixa da commodity reflete a percepção do mercado de que o corte de 9,7 milhões de barris diários anunciados semana passada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não será suficiente para fazer frente à queda na demanda global por conta dos impactos econômicos do coronavírus, de cerca de 30%.
Em meio à forte queda do petróleo, a sessão promete ser mais uma vez negativa para as bolsas mundiais: os índices futuros do S&P tinham queda de 1,32%, o Nasdaq caía 0,77%, enquanto o Dow Jones registravam baixa de 1,77%. Vale destacar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai assinar uma ordem executiva para suspender temporariamente a imigração ao país em meio à pandemia de Covid-19.
As bolsas de valores europeias também registram um dia com perdas superiores de cerca de 2%: o Dax tinha baixa de 2,64%, o FTSE caía 1,83%, enquanto o CAC e FTSE MIB tinham quedas respectivas de 2,36% e 1,72%.
O MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), principal ETF (fundos de gestão passiva que acompanham algum índice e são negociados em Bolsa) dos ADRs (na prática, as ações de empresas brasileiras negociadas nos Estados Unidos) brasileiros caíam 3,81% no pré-market da bolsa de Nova York.
Na Ásia, o japonês Nikkei tem baixa de 1,97%, Shangai teve queda de 0,90%, enquanto o Hang Seng teve perdas de 2,20%. Enquanto isso, as ações na Austrália tiveram baixa, com o ASX fechando em baixa de 2,46%.
A ata do Banco Central da Austrália para a reunião de abril, divulgada na terça-feira, mostrou que “o Conselho permaneceu comprometido em apoiar empregos, rendas e empresas”, enquanto o país responde ao surto de coronavírus. Na ata, os integrantes também apontaram que “os bancos australianos estão em uma posição forte para suportar o grande choque econômico” do surto de Covid-19 e da volatilidade do mercado financeiro.
Atenção ainda para os ativos da Coreia do Sul: a moeda won teve queda de 0,74% frente o dólar, enquanto o índice Kospi caiu 1%. Desde a noite da véspera, ganharam forças na imprensa americana os rumores de que o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, estaria em estado grave após uma cirurgia cardiovascular.
Nesta manhã, um comunicado oficial o governo da Coreia do Sul, desmentiu os rumores de que o líder norte-coreano estaria em estado crítico de saúde. De acordo com a declaração, divulgada nesta terça o serviço de inteligência sul-coreano não detecta “nenhuma atividade diferente” em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, e não há nenhum relato sobre a saúde de Kim. Kim está “governando normalmente”, destacou.
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