Petrobras, Vale, Ambev e mais 24 empresas divulgam resultado na próxima semana; confira

Petrobras, Vale, Ambev e mais 24 empresas divulgam resultado na próxima semana; confira

fevereiro 20, 2021 Off Por JJ

SÃO PAULO – A temporada de resultados do quarto trimestre chega a seu momento crítico na próxima semana, com os balanços de algumas das maiores empresas brasileiras.

Os dias mais agitados serão a quarta-feira (24) e a quinta-feira (25) ambos com nove resultados. Os destaques ficam para os números trimestrais da Petrobras (PETR3; PETR4) na quarta e da Vale (VALE3) na quinta.

No caso da petroleira, a divulgação ocorre no meio da polêmica sobre a possível interferência do governo na política de preços da estatal. O presidente Jair Bolsonaro disse que o reajuste nos preços dos combustíveis anunciado ontem pela empresa é “fora da curva” e “excessivo”. A companhia não comentou as declarações e, durante a sessão, ganharam forças as especulações de que o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco fosse demitido, temor que foi confirmado posteriormente. Jair Bolsonaro anunciou em rede social que pediu a substituição de Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna (decisão ainda que deve passar pelo Conselho de Administração da estatal).

Especificamente sobre os resultados, a equipe de análise do Credit Suisse espera números mais fracos devido aos níveis menores de produção, que refletem paralisações para manutenção realizadas no quarto trimestre do ano passado, algo que deve, contudo, ser parcialmente ofuscado pelo valor mais alto do barril do Brent.

“Projetamos um Ebitda [Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações] de US$ 6,5 bilhões, valor 6% inferior ao do terceiro trimestre, nos últimos três meses de 2020. Já para o lucro esperamos US$ 1,9 bilhão, melhor que os US$ 633 milhões registrados no terceiro trimestre, uma vez que os resultados financeiros foram beneficiados pelo efeito da apreciação do real sobre a parcela desprotegida do passivo”, escrevem os analistas do Credit.

Já para o Morgan Stanley, a expectativa é de um Ebitda ajustado de US$ 5,166 bilhões, queda de 25% na base trimestral e de 43% na base anual (US$ 9,04 bilhões). Contudo, os analistas têm projeção positiva para a companhia, baseada em uma história de longo prazo de melhoria dos retornos à medida que a empresa se torna mais focada em bons ativos no pré-sal.

Para a Vale, por sua vez, a estimativa do Credit é de um Ebitda de US$ 8,53 bilhões nos últimos três meses de 2020, alta de 37% na comparação trimestral (US$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre de 2020) e de 82% frente igual período de 2019 (US$ 4,677 bilhões).

Na mesma linha, o Bradesco BBI destacou em relatório do final do mês a Vale como a principal escolha do setor para o ano de 2021, reafirmando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para R$ 120, impulsionado por preços mais altos de minério de ferro e metais básicos, mas também destacando que as ações do aço devam desfrutar de um ambiente de preços e demanda benigno ao longo deste ano, com dinâmica de ganhos muito forte.

A XP Investimentos destaca em relatório que o setor de mineração chama a atenção pela cotação atual do minério de ferro, em US$ 134 por tonelada. “Apesar de haver espaço para correção, acreditamos que o minério de ferro permanecerá em níveis altos nos próximos períodos devido à forte demanda da China e oferta ainda restrita.”

De acordo com a equipe de análise da XP, a Vale deve ter um Ebitda de US$7,8 bilhões para o segmento de minério de ferro.

Outro destaque dos próximos dias é a Ambev ([ativo=ABEV]), que divulga seu resultado na quinta-feira. O consumo de cerveja, segundo a XP, deve registrar crescimento na comparação com o ano anterior, apesar de uma conjuntura desafiadora incluindo lockdowns, mudança de canal de consumo e de embalagens – de garrafas em bares e restaurantes para latinhas supermercados, predominantemente –, além de certa escassez de matéria-prima, inclusive latas de alumínio.

“Esperamos um resultado sólido para a Ambev no 4º trimestre de 2020 apesar das dúvidas quanto ao efeito das restrições no fim do ano, quando várias cidades cancelaram as festas de ano novo e mantiveram restrições aos horários de funcionamento de bares e restaurantes”, aponta a corretora.

Entre outros destaques está a CSN (CSNA3), para quem a equipe de análise do Itaú BBA espera números fortes, com Ebitda recorrente de R$ 4,35 bilhões. De acordo com os analistas, o minério de ferro foi novamente o principal determinante enquanto a divisão de siderurgia se beneficiou dos aumentos de preços implementados no período.

“No negócio de mineração, esperamos um ligeiro aumento nos volumes de vendas (para 9,5 milhões de toneladas, uma alta de 0,3 mton em relação ao 3T20), ajudado por uma forte demanda e pela sazonalidade favorável”, explicam os analistas.

Já para a produção de aço as estimativas são de embarques domésticos estáveis com a melhoria do ritmo da atividade doméstica compensada por uma pior sazonalidade. “Também esperamos que os preços domésticos do aço aumentem em 12% sequencialmente, após rodadas bem-sucedidas de aumentos de preços para os distribuidores durante o trimestre.”

Pão de Açúcar (PCAR3), por sua vez, chama a atenção do Itaú BBA por serem esperados resultados sólidos no quarto trimestre, tanto para o atacarejo Assaí quanto para a divisão de varejo.

“Para o Assaí, esperamos um ganho nas vendas em mesmas lojas de 22%, com um aumento robusto de 40,3% em termos anuais nas vendas líquidas, atingindo R$ 11,217 milhões e se traduzindo em uma expansão da margem Ebitda de 50 pontos-base em termos anuais, para 8,3%”, argumenta o banco.

Já em relação ao varejo a expectativa é de crescimento nas vendas em mesmas lojas de 13% e um avanço do faturamento de 15% (para R$ 8,217 milhões), o que se traduziria em uma expansão da margem EBITDA de 250 pontos-base em termos anuais (para 8,7%).

Confira quais serão os resultados divulgados na semana que vem

Na segunda-feira (22) saem Itaúsa (ITSA4), Isa Cteep (TRPL4) e Movida (MOVI3).

Já na terça-feira (23) é a vez de CSN (CSNA3), Smiles (SMLS3), Pão de Açúcar (PCAR3) e Unidas (LCAM3).

Quarta-feira (24) saem Gerdau (GGBR4), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), Weg (WEGE3), Rede D’Or (RDOR3), SulAmerica (SULA11), AES Tietê (TIET11), Ultrapar (UGPA3), Petrobras (PETR3; PETR4) e Telefônica (VIVT3).

Quinta-feira (25) terá Minerva (BEEF3), Vale (VALE3), BRF (BRFS3), Grupo Notre-Dame Intermédica (GNDI3), Marcopolo (POMO4), Ambev (ABEV3), Fleury (FLRY3), Burger King Brasil (BKBR3) e Localiza (RENT3).

Por fim, a sexta-feira (26) trará os resultados de Irani (RANI3) e Hypera (HYPE3).

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