Petrobras (PETR4) cobra acima do PPI, apesar de redução no diesel, aponta OSP

Petrobras (PETR4) cobra acima do PPI, apesar de redução no diesel, aponta OSP

dezembro 9, 2023 Off Por JJ

Apesar da redução de 6,6% ou de R$ 0,27 por litro no diesel S-10 vendido nas refinarias da Petrobras ontem, a Petrobras (PETR4) segue vendendo o combustível, na média, R$ 0,05 por litro acima do Preço de Paridade de Importação (PPI). Esse padrão de precificação é reivindicado por agentes de mercado, mas foi abandonado pela Petrobras ainda em maio. Os apontamentos são do Observatório Social do Petróleo (OSP).

Há quatro semanas consecutivas, o preço praticado pela estatal é superior à essa referência internacional. A Petrobras, informa o OSP, fechou o mês de novembro com o diesel ultrapassando R$ 0,22 o PPI na média. O levantamento do OSP mostra que a maior diferença no diesel foi de R$ 0,30 por litro, na semana entre 20 e 24 de novembro.

Foi o primeiro mês, desde a mudança da política de preço dos combustíveis que o diesel fornecido pelas refinarias da companhia superou o parâmetro internacional.

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Em relação à gasolina, o litro ficou R$ 0,01 acima do PPI, mantendo o valor médio de importação. Aí, diferença mais alta para cima da Petrobras foi de R$ 0,06 por litro entre os dias 13 e 17 de novembro.

Os dados apontam, ainda, que desde o último aumento no preço do diesel, realizado pela Petrobrás em 29 de outubro, quando o litro subiu de R$ 3,80 para R$ 4,05, o PPI já recuou 14%.

Segundo o economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas, o diesel da Petrobras ficou acima do PPI em novembro porque a empresa manteve o preço mesmo diante da redução no mercado internacional. No mês passado, o barril do petróleo tipo brent, referência internacional, caiu mais de US$ 10.

“O imobilismo da Petrobras face à queda dos preços internacionais dos combustíveis naquele momento fez com que a estatal, pela primeira vez desde o fim do PPI, ficasse com preços acima do parâmetro de importação. Até então, a Petrobras vinha praticando sempre preços médios consideravelmente abaixo dos internacionais”, afirma Dantas.

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Para membros de sindicatos de petroleiros, o cenário entra em contradição com um dos critérios da nova política da Petrobras, que define preços menores do que os da concorrência, o que não vem acontecendo desde o início de novembro. Fala-se em prejuízo à população, que acaba pagando preços mais altos, quanto para o governo, tendo em vista o imenso custo fiscal e econômico do combate à inflação via altas taxas de juros.