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Pesquisador estima aplicar 5 mil testes para mapear fluxo da Covid-19
abril 22, 2020
Uma das principais respostas a pandemia da Covid-19, em Aracaju, deve vir de uma pesquisa por amostra da prevalência do vírus na capital. A Prefeitura de Aracaju, médicos e pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) vão trabalhar, nas próximas semanas, para identificar a circulação do vírus em pessoas assintomáticas por bairros. O objetivo é analisar as amostras e desenvolver ações de combate ao vírus com proporções diferentes, de acordo com os resultados de cada região.
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Em contato com nossa reportagem, o chefe do laboratório de Biologia Molecular do Hospital Universitário e coordenador da pesquisa, Roque Almeida, compara o trabalho ao de uma pesquisa eleitoral. “Primeiro você identifica quantos casos tivemos por bairros e a partir das informações que já dispomos da doença, nós calculamos quantas pessoas devem ser testadas naquela localidade, para entender a difusão do vírus na população. É uma análise por amostra”, explica.
Conforme Roque, a projeção é testar pelo menos 2.800 pessoas – número que pode ser reajustado para 5 mil, em função dos testes não serem 100% eficazes. “A prefeitura nos informou que já está adquirindo os testes e que eles devem chegar próximo do dia 27. É quando deve ser iniciado o trabalho de testagem desse perfil”, aponta.
Esse mesmo tipo de pesquisa, segundo o professor, está sendo desenvolvida no Rio Grande do Sul e nos Estados Unidos. No entendimento de Roque, é uma medida que substitui a necessidade de uma testagem em massa da população, por exemplo, e pode trazer medidas eficazes contra a vírus. “A partir da análise dessas amostras, o município vai poder saber qual a necessidade real de leitos nas suas unidades, em qual bairro deve reforçar o confinamento, e quais locais já podem ter o comércio reaberto e medidas flexibilizadas”, explica.
Por Ícaro Novaes