Para Visa e Mastercard, gastos dos consumidores ainda são baixos
outubro 29, 2020
Gastos extras de consumidores em viagens rodoviárias e compras de fim de ano não têm sido suficientes para Visa e Mastercard.
Consumidores ainda evitam viagens e gastos no exterior, o que limita as transações que estão entre as mais lucrativas nas redes das empresas. O volume internacional caiu 48% no trimestre encerrado em 30 de setembro na Mastercard, enquanto a Visa registrou queda de 29%, segundo anúncio das empresas na quarta-feira.
“As viagens continuam impactadas”, disse o diretor financeiro da Mastercard, Sachin Mehra, em entrevista. “Esperamos que, a longo prazo, as viagens sejam retomadas. Achamos que as viagens particulares serão retomadas antes das viagens de negócios.”
As ações da Mastercard e da Visa se desvalorizaram neste ano em meio à pandemia de coronavírus, que paralisou as viagens globais.
“A recuperação está sendo liderada por áreas de negócios de menor rendimento – doméstico versus internacional”, disse Sanjay Sakhrani, analista da Keefe Bruyette & Woods, em relatório aos clientes após a divulgação do balanço da Mastercard.
Ambas as redes observaram uma recuperação mais rápida dos gastos com seus cartões nos Estados Unidos do que em outras regiões do mundo. Em parte, isso se deve ao estímulo e ao seguro-desemprego extra oferecido aos consumidores.
“Certamente, vimos um crescimento positivo anual nos EUA no terceiro trimestre, o que é muito encorajador em nossa opinião, especialmente considerando o ponto baixo visto no segundo trimestre”, disse Mehra. Ainda assim, alertou, “esperamos, devido à incerteza sobre o vírus, que isso possa não ser linear”.
Viagem e compras
Os consumidores ainda estão viajando, mas frequentemente fazem viagens rodoviárias em vez de voos longos para lugares exóticos. As compras de fim de ano também já começaram, uma vez que as maiores varejistas online lançaram grandes iniciativas para capturar mais esse tipo de gastos neste ano.
Os resultados internacionais da Visa excederam a estimativa média dos analistas consultados pela Bloomberg. A empresa disse que os gastos online, excluindo compras de viagens, aumentaram cerca de 30% no acumulado deste mês em comparação com o ano anterior.
“À medida que o mundo se volta cada vez mais para os pagamentos digitais, vemos uma tremenda oportunidade de crescimento”, disse o CEO Al Kelly em comunicado.