Opinião: Apertem os cintos, o cliente sumiu!

Opinião: Apertem os cintos, o cliente sumiu!

novembro 3, 2022 Off Por JJ

Caros leitores, digníssimas leitoras,

Dando uma espiada no desempenho do setor automotivo em outubro, percebemos que, apesar dos pesares, o segmento vem numa tocada forte neste segundo semestre!

No mês passado, foram 168,4 mil carros vendidos contra 150 mil sobre outubro de 2021, um crescimento de 12,2%.

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A grande guinada do setor começou no segundo semestre. Nos primeiros seis meses deste ano, o segmento vendia em média 141 mil carros/mês, quase 16% a menos do que a média do primeiro semestre de 2021, de 168 mil carros/mês.

Porém, neste segundo semestre, o volume médio de vendas saltou 26% para 178 mil carros/mês. Essa marca é 10% maior do que a média do segundo semestre do ano passado, 161 mil veículos/mês.

Mas o tombo continua sendo inevitável neste ano. Para termos nosso Milagre de Natal, teríamos que vender 415 mil veículos nos próximos dois meses, o que representaria 10,4 mil carros/dia útil. O que não vai rolar…

Mas então poderia entrar nossa “margem de erro”. Já que todo mundo recentemente apelou a ela, este vil estagiário também pode fazer o mesmo! E como ela é?

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O que a gente vem notando neste segundo semestre é que o CLIENTE SUMIU! Quando falo de cliente estou falando daqueles “seres” songo-mongo como eu, por exemplo! O chamado “cliente pessoa física”!

Mas, se o consumidor normal não está comprado carro neste segundo semestre, quem está comprando?

Quem vem salvando o mercado são as empresas (pessoas jurídicas) – principalmente as locadoras.

Sente o drama:

Percebam que, neste ano, as vendas para as pessoas físicas estão praticamente “andando de lado”? Quem vem segurando as pontas da indústria automotiva são as pessoas jurídicas e as locadoras. Ou seja, as locadoras são a nossa “margem de erro”.

O que percebemos, e já mostramos, é que o carro brasileiro (apesar de todo o avanço tecnológico) continua caro pra chuchu! Na média, um consumidor brasileiro tem que trabalhar por 630 dias (vivendo de luz) para poder comprar um carro básico pé-de-boi.

Tanto que as vendas para pessoas físicas, nos últimos seis meses, ficaram abaixo de 50%. Ou seja, os principais clientes do setor foram as empresas e as locadoras.

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O grande problema da indústria automotiva (montadoras) é que 2021 foi aquele ano no qual elas lavaram a égua! Ganharam dinheiro pra caramba e pensaram que 2022 seria igual!

Mas deu ruim…

Hoje, em boa parte das montadoras já existe excesso de produção e sobra de carros nos pátios. E carro – muito tempo – parado é prejuízo! Nesse cenário, no melhor estilo “boy lixo”, é que chegam as locadoras com aquele clássico: “E aí, sumida??”. Então, o estrago é feito!

O grande ponto aqui é: “com a volta dos que não foram”, se desenha um mercado no qual o preço do carro novo (e seminovo) perde a sua referência, gerando perdas para o cliente pessoa física, que sofrerá com a concorrência “não tão legal” das locadoras.

Mas as locadoras estão no papel delas! Quem errou a mão foram as montadoras (ou melhor, parte delas) com suas projeções de vendas (e custos) “jeniais”. Assim, as locadoras são a solução mais rápida e fácil para elas.

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