Opep+ adia negociações com maior divisão entre aliados do Golfo

Opep+ adia negociações com maior divisão entre aliados do Golfo

dezembro 1, 2020 Off Por JJ

(Divulgação)

(Bloomberg) — As negociações da Opep+ foram adiadas por dois dias para que os ministros tenham mais tempo de chegar a um acordo. Na segunda-feira, uma longa e tensa reunião sobre a produção de petróleo terminou sem consenso.

O adiamento, divulgado em carta vista pela Bloomberg, é o sinal mais evidente da profunda divisão do cartel depois que horas de negociações na segunda-feira não deram resultado. Os preços do petróleo, que haviam subido na esteira dos avanços das vacinas, bem como das expectativas de que a Opep manteria os atuais limites de produção, perderam força com a notícia.

Os ministros da Opep se reuniram na segunda-feira e planejavam conversar com os parceiros de fora do grupo na terça. Em certo momento, parecia haver consenso entre os ministros, mas a reunião de segunda-feira se tornou atipicamente tensa. O ministro de Energia da Arábia Saudita, no que parecia ser um gesto de frustração, disse a outros que pode renunciar como copresidente de um painel-chave da Opep+.

Em jogo está a credibilidade do cartel, cujas medidas têm sustentado o mercado desde a forte queda do petróleo no início do ano. O período que antecedeu o encontro evidenciou novas fissuras no relacionamento entre os Emirados Árabes Unidos – central no grupo – e outros membros. A estratégia nacional de longo prazo dos Emirados Árabes Unidos para aumentar a produção entra em conflito com as restrições atuais do cartel.

“O mercado está subestimando um pouco a seriedade disso – esse é um dos maiores aliados da Arábia Saudita”, disse Amrita Sen, cofundadora da consultoria Energy Aspects, em entrevista à Bloomberg Television. Ela não prevê um resultado complicado nesta semana, mas acredita que as tensões vão persistir no próximo ano. “Apesar das disputas, vão superar esta.”

As negociações informais devem continuar por telefone antes da reunião da Opep+ na quinta-feira. Os ministros discutem se devem aumentar a produção em janeiro conforme planejado ou manter os cortes nos níveis atuais em um cenário por mais três meses.

Alguns membros acham que o mercado ainda está muito frágil para absorver mais barris, enquanto outros querem aproveitar ao máximo os preços em alta para aumentar tanto a produção quanto a receita.

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