Nubank começa a liberar criptomoeda Nucoin no Brasil; veja como vai funcionar
março 1, 2023O Nubank (NY:NU; B3: NUBR33) libera a partir de hoje, de forma gradual, a Nucoin para todos os clientes brasileiros, anunciou o banco digital nesta quarta-feira (1º). O criptoativo, que foi anunciado no final de 2022 em parceria com a Polygon Labs, é voltado para um programa de recompensas da fintech.
O token será entregue gratuitamente aos usuários, segundo o banco digital, “em reconhecimento ao seu histórico anterior com o Nubank”.
Após o primeiro airdrop (como são conhecidas as distribuições grátis de criptos), clientes poderão adquirir os ativos por meio de cashback em compras no débito e no crédito, ou após aquisição de outros ativos digitais na plataforma.
A criptomoeda servirá para desbloquear sorteios de prêmios em dinheiro, entre outros benefícios ainda a serem anunciados.
Em comunicado, o Nubank explica que os clientes poderão congelar as Nucoins para desbloquear mais benefícios, ou liquidar o ativo, vendendo para outros usuários do banco digital interessados – a funcionalidade, esclarece a empresa, estará disponível em breve.
Com o tempo, clientes que congelarem seus Nucoins terão mais benefícios disponíveis, explica o Nubank.
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Em termos tecnológicos, a Nucoin é um ativo digital emitido na rede blockchain Polygon (MATIC), gerida pela Polygon Labs. A solução trabalha em paralelo ao Ethereum (ETH), porém oferece menor custo de transação.
Resultado do 4º tri e pontos de atenção
O lançamento da Nucoin vem pouco depois de o Nubank reportar forte lucro e um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 40% nas operações brasileiras no quarto trimestre de 2022.
O lucro líquido do Nubank somou US$ 58 milhões no quarto trimestre, o segundo consecutivo de lucratividade, ante um prejuízo de US$ 66,1 milhões no mesmo período de 2021. O número exclui os efeitos do fim do CSA, como era chamado o programa de remuneração adicional do fundador e CEO David Vélez, de US$ 355,6 milhões.
A receita do banco no quarto trimestre foi de US$ 1,45 bilhão, com crescimento anual de 112%. A margem financeira bruta subiu de 36% para 40%. Em 2022, ficou em US$ 4,8 bilhões, salto de 168%, dos quais só o Brasil respondeu por US$ 4,5 bilhões em 2022.
Os papéis NU da companhia, negociados na Bolsa de Nova York, subiram 4,20%, a US$ 5,21, após a divulgação dos resultados. Na B3, os BDRs (recibo de ações negociados na Bolsa brasileira de ativos que operam no exterior) tiveram alta de 3,72%, a R$ 4,46, depois de chegarem a subir mais de 8% no início da sessão.
No entanto, analistas ainda adotam cautela em relação ao papel.
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Para o JPMorgan, que tem recomendação neutra para NU, sem preço-alvo definido, embora o ROE de 40% ajustado no Brasil deva ser celebrado pelos investidores, a qualidade dos ativos foi “mista”, com os analistas de olho na carteira de crédito.
Já o Itaú BBA destacou que a alta da inadimplência ficou em 0,5 ponto percentual, em linha com esperado, e que o índice de cobertura – que representa a proporção que a provisão para risco de crédito é capaz de cobrir os créditos inadimplentes – caiu de 223% no terceiro trimestre para 209% no quarto trimestre. Por outro lado, a casa segue de olho nos dados macroeconômicos piorando e no impacto na carteira.
“No geral, os números superaram as estimativas e são catalisadores de revisões positivas, o que nos faz elevarmos a recomendação desde que iniciamos a cobertura após a abertura de capital. O valuation é alto e os desafios continuam mas, por ora, o momento operacional melhorou e preferimos ficar à margem”, apontaram os analistas.
Na tarde desta quarta-feira (1º), as ações do Nubank nos EUA são negociadas a US$ 4,76, baixa de 5,74% na sessão, enquanto os BDRs operam a R$ 4,15 na Bolsa brasileira, queda de 5,03%.