Ministéria da Justiça investiga RaiaDrogasil sobre suposta venda de dados pessoais dos consumidores

Ministéria da Justiça investiga RaiaDrogasil sobre suposta venda de dados pessoais dos consumidores

outubro 24, 2023 Off Por JJ

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão ligado ao Ministério da Justiça, notificou a dona da rede de farmácias RaiaDrogasil para prestar esclarecimentos a respeito de práticas de tratamento indevido de dados pessoais sensíveis dos consumidores.

A notificação veio em resposta a uma reportagem publicada no portal UOL, que mostrou que empresas do Grupo RaiaDrogasil estariam coletando informações sem o consentimento dos clientes, de forma inadequada, e comercializando os dados para anunciantes.

Até o momento desta publicação, a RaiaDrogasil não havia respondido a um pedido de posicionamento sobre o tema encaminhado pela reportagem do InfoMoney. Esse texto será atualizado assim que a companhia se manifestar.

Entenda

Há cerca de um mês, o UOL publicou uma reportagem denunciando que uma empresa do grupo, a RD Ads, estaria realizando publicidade direcionada a determinados perfis de consumidores (por exemplo, considerando a faixa etária, o sexo, os problemas de saúde) com base nos dados indevidamente coletados e classificados, entre outras operações de tratamento. Além disso, segundo a apuração do portal de notícias, a publicidade seria feita não apenas para empresas do grupo econômico, mas também para terceiros, levando a empresa a “ganhar dinheiro”.

Ainda de acordo com o texto do UOL, os consumidores seriam induzidos a conceder seus dados pessoais com a promessa de obter descontos em preços de produtos e serviços, especialmente medicamentos.

Diante das alegações, a Senacon iniciou uma investigação para apurar a veracidade das acusações e avaliar se a empresa RaiaDrogasil está em conformidade com as leis de proteção de dados e os direitos do consumidor. De acordo com a pasta, o tratamento inadequado dessas informações pode ter sérias implicações para a privacidade e a segurança dos consumidores.

“A legislação brasileira estabelece diretrizes claras para a proteção de dados pessoais sensíveis, com base na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). É fundamental que as empresas cumpram rigorosamente essas regulamentações, garantindo que o consentimento dos consumidores e consumidoras seja obtido de forma transparente e que os dados sejam tratados de acordo com as finalidades informadas”, afirma Wadih Damous, secretário Nacional do Consumidor.

A empresa terá um prazo de 10 dias, a contar da ciência da notificação, para esclarecer, entre outros pontos:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

  • quais os procedimentos utilizados para coleta de dados pessoais de consumidores;
  • como ocorre o consentimento para essa coleta;
  • e se consumidores são informados previamente à coleta de seus dados, conforme as exigências legais.

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