‘Milhasback’: a aposta da fintech dos fundadores da Gol (GOLL4)
novembro 21, 2022“A solução nasce com o objetivo de facilitar a vida de quem quer viajar. Identificamos um gap de mercado: não há uma fintech para o viajante. Então saímos na frente em nascer em um grupo que entende a necessidade de quem viaja”, afirma o CEO, Roger Ravel, que teve passagem pela Smiles antes de assumir o novo desafio.
‘Milhasback’
A mecânica do novo produto é muito intuitiva: os consumidores ganharão uma milha da Smile por dia a cada R$ 50 depositados na conta digital da PaGol, explica Ravel. Ademais, haverá “milhasback” (a versão da empresa para o tradicional cashback) ao realizar pagamentos via cartão de débito – um dos carros-chefes do produto.
Consumidores ávidos por ‘acelerar os ganhos’ podem aderir a um plano mensal, que ‘turbinaria’ a captura de milhas. Em situações normais, cada R$ 20 gasto em débito vira uma milha, enquanto no programa de assinatura esta proporção cai a R$ 10 para uma milha. O plano será de R$ 39 por mês.
“O milhasback nasceu naturalmente, é uma demanda que nós já conhecíamos. A dificuldade estava em financiar isto até acharmos o modelo”, destaca o CEO. Os cálculos da fintech apontam que um assinante que seja usuário assíduo da PaGol ganhará milhas suficientes para viajar a cada 12 meses.
Outra possibilidade da plataforma, que já está disponível para Android – e ficará para iOS nos próximos dias –, é a compra e venda de milhas da Smiles, o que faz a PaGol disputar parte de um milionário mercado que já possui grandes players, como a 123milhas.
Para 2023, a fintech também oferecerá cartão de crédito e financiamentos aos clientes. Outras formas de milhasback também estão em estudo, como para quem paga boleto ou faz Pix pela plataforma.
Pronta para decolar
A PaGol já nasce com metas agressivas para seu primeiro ano de operação. Entre a autorização do Banco Central até o início das atividades, passou-se pouco mais de um ano de desenvolvimento do produto.
Com o sistema no ar, agora a empresa mira faturamento de R$ 200 milhões em seu primeiro ano e de R$ 500 milhões para os 12 meses seguintes. A ideia é que, até o final desse ciclo, cerca de cinco milhões de clientes estejam utilizando a plataforma. Para o crédito, a meta é conseguir uma carteira R$ 1 bilhão em cinco anos.
Ravel destaca que a fintech está preparada para lidar com o desafio de alta inadimplência que domina o mercado de crédito desde o ano passado. “Chegamos ao mercado em um momento melhor. A inadimplência já aconteceu. Para nós, seria muito pior pegar toda essa questão desde o começo, teríamos sofrido com isso. Agora, entramos sabendo como esta a situação e seremos bem cautelosos na concessão de crédito”, afirma.
Funding
A PaGol é uma empresa fora do grupo controlador da Gol e foi criada como uma sociedade de crédito direto (SCD) fundada por Constantino de Oliveira Júnior e Ricardo Constantino, que são da família fundadora que ainda controla a empresa aérea.
No modelo de SCD, a fintech só poderá oferecer crédito com capital próprio. Com o negócio ganhando escala, Ravel fala que, além do capital dos sócios, há a possibilidade da criação de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) para dar funding extra ao negócio.