Mercado vê retração de 1,96% do PIB em 2020 e reduz projeção para a Selic em 2021 pela 3ª semana
abril 13, 2020SÃO PAULO – Com uma percepção crescente dos impactos recessivos do coronavírus sobre a economia brasileira, o mercado financeiro vê um espaço cada vez menor para a alta da Selic em 2021. A projeção para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano foi reduzida pela terceira semana seguida, desta vez de 4,75% para 4,50% ao ano, segundo o mais recente relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (13).
Para este ano, a projeção para a taxa básica de juros foi mantida em 3,25% ao ano, o que implica um corte de meio ponto percentual do patamar atual de 3,75% a.a.
Em meio a medidas de isolamento social visando minimizar a disseminação do coronavírus, as expectativas para inflação e crescimento da economia do país também foram novamente reduzidas. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta foi cortada pela quinta vez consecutiva, de 2,72% para 2,52%, em 2020, e mantida em 3,50%, em 2021.
Perspectivas mais baixas também foram apontadas para o desempenho do PIB brasileiro, cuja mediana das projeções recuou pela nona vez consecutiva, englobando uma visão ainda mais pessimista neste ano. Agora, os economistas veem uma contração da economia brasileira de 1,96% em 2020, ante expectativa anterior de retração de 1,18%.
Para 2021, contudo, a atividade deverá crescer 2,70%, acima da expectativa anterior, que previa uma expansão de 2,50%.
No que tange às previsões para o mercado cambial, o relatório Focus revelou que a estimativa para o dólar teve alta de R$ 4,50 para R$ 4,60, em 2020, e um aumento de R$ 4,40 para R$ 4,47, ao fim de 2021.
Top 5
Entre os economistas que mais acertam as previsões, reunidos na categoria “Top 5” do relatório Focus, as estimativas para a Selic e inflação também foram alteradas.
Agora, o grupo “Top 5 médio prazo” projeta a Selic encerrando 2020 em 2,75% ao ano, ante estimativa anterior de 3,00%, enquanto a estimativa para 2021 ficou estável em 4,00%.
Já para a inflação medida pelo IPCA, as expectativas são de alta de 2,62% do IPCA em 2020, ante 2,59% anteriormente, e de 3,45% para 2021, ante projeção passada de 3,56%.
Houve ainda alta na previsão para o dólar em 2020, de R$ 4,85 para R$ 5,10, com a moeda encerrando 2021 em R$ 5,20, ante a estimativa anterior de R$ 4,70.
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