Mercado Livre aposta em aviões exclusivos para entregas na AL
novembro 5, 2020
O grupo argentino de comércio eletrônico Mercado Livre decidiu recorrer a aviões de uso exclusivo para reduzir os prazos de entrega em meio à contínua expansão das vendas online na América Latina.
A frota na região, composta por quatro aeronaves no Brasil e outras quatro no México, pertence a companhias aéreas já existentes, que também serão responsáveis por sua operação, de acordo com Ariel Szarfsztejn, vice-presidente sênior da companhia.
O Mercado Livre está investindo cerca de R$ 200 milhões e 750 milhões de pesos mexicanos em cada país, por ano, como parte do projeto, à medida que sua estratégia de logística ganha tração.
“O acordo nos permitirá chegar a regiões mais distantes em um período mais curto”, disse Szarfsztejn em entrevista. No Brasil, o Mercado Livre já entrega cerca de 80% dos itens armazenados e distribuídos pela rede própria da empresa nas primeiras 48 horas, em comparação com 89% no México e 85% na Argentina.
O crescimento da companhia tem sido acelerado diante do aumento das compras online durante a pandemia. O volume bruto de mercadorias (GMV) subiu 117% no terceiro trimestre, enquanto o número de compradores únicos atingiu um recorde de 35 milhões, de acordo com dados divulgados na noite de quarta-feira.
O Mercado Livre já havia utilizado espaço de carga em voos comerciais no passado, mas esse novo arranjo permite operar rotas com mais flexibilidade – por exemplo, com envios durante à noite.
No último ano, executivos da empresa viajaram para diversos países asiáticos com o objetivo de estudar projetos semelhantes, como os do Alibaba e da JD.com. O modelo do Mercado Livre é semelhante ao da Amazon. A empresa de Seattle tem 60 aeronaves na América do Norte e opera em 30 aeródromos, de acordo com relatório da Jet Fuel Intelligence.
“Estamos aprendendo a construir a melhor solução para as necessidades da América Latina”, disse Szarfsztejn.
As ações do Mercado Livre atingiram nova máxima histórica nesta quinta-feira, após o forte balanço do terceiro trimestre ter levado a uma série de revisões para cima nas estimativas de analistas. O HSBC elevou seu preço-alvo de US$ 1.350 para US$ 1.600 — sugerindo potencial de alta de cerca de 22% em relação ao fechamento de quarta-feira.