Mais um importante passo para a fusão entre Lojas Americanas e B2W foi dado: confira os próximos

Mais um importante passo para a fusão entre Lojas Americanas e B2W foi dado: confira os próximos

junho 11, 2021 Off Por JJ

SÃO PAULO – Na noite da última quinta-feira (10), foi comunicado ao mercado que os acionistas de Lojas Americanas (LAME3; LAME4) e B2W (BTOW3) aprovaram a união dos ativos físicos da LAME com os ativos digitais da B2W, sob o guarda-chuva desta última.

A proposta já tinha sido divulgada semanas antes pelos controladores das duas companhias, com os termos de troca e detalhes da operacionalização.

Assim, é importante ficar atento aos próximos passos: os detentores das ações ordinárias (ON) das Lojas Americanas (LAME3) poderão exercer o direito de retirada do dia 12 de junho ao dia 12 de julho, com pagamento de R$ 3,33 por ação no dia 15 de julho.

Além disso os acionistas da LAME3/LAME4 terão direito a recebimento de 0,18 ação ordinária da B2W (BTOW3) por ação da LAME detida, com a última data com direito a recebimento sendo no dia 16 de julho.

As ações da BTOW3 passarão a negociar com o código AMER3 a partir do dia 19 de julho.

A companhia resultante da fusão será presidida por Miguel Gutierrez, que também será diretor de relações com investidores.

O conselho de administração do grupo será composto por Eduardo Saggioro Garcia (presidente), Carlos Alberto Sicupira; Claudio Moniz Garcia e Paulo Lemann, além de Mauro Muratório Not, Sidney Breyer e Vanessa Lopes, como independentes.

As companhias haviam anunciado o plano de fusão em abril. A ideia é que a B2W passe a ser uma plataforma de varejo completo, com físico e digital integrados, enquanto a Lojas Americanas passe a ser a Americanas Inc.: a proposta inclui uma  eventual listagem da holding nos Estados Unidos por meio de uma migração da base acionária da companhia, a ser chamada de Americanas Inc.

A avaliação da Levante Ideias de Investimentos é de que o movimento é positivo para ambas as partes, porém com efeito mais concreto no curto prazo para B2W, que reforça sua base operacional, agora incorporando os ativos geradores de caixa para financiar sua expansão na frente digital e realizar a integração completa das plataformas de vendas.

Já para a LAME3/LAME4, com a transação aprovada deixando a listagem da holding nos EUA mais próxima de acontecer, esse movimento destravaria um valor importante para os acionistas e dá poder de fogo para que a Americanas Inc. possa captar recursos para crescer.

Para os analistas da Levante, o cálculo da relação de troca e o negócio foram justas, sem prejuízo em nenhuma das partes interessadas, mesmo para os minoritários diluídos de B2W. Vale destacar que, a princípio, os termos da fusão geraram foram bastante debatidos por analistas de mercado (veja mais clicando aqui).

“A nova companhia terá um balanço muito robusto e valor de mercado, em termos financeiros, equivalente ao detido antes da fusão, pelo menos no curto prazo. A expectativa é que o mercado vá digerindo a transação gradualmente e as ações das duas companhias comecem a se valorizar conforme os resultados são entregues”, destacam.

Leia mais: Números da B2W mostram oportunidades e desafios da fusão com a Lojas Americanas

O Itaú BBA, que possui recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) tanto para as ações BTOW3 quanto para os papéis LAME4, vê a notícia como um passo importante para ambas as empresas, mas destacando que já era algo esperado pelos investidores. O preço-alvo para BTOW3 é de R$ 95, ou alta de 39,5% frente o fechamento de quinta-feira, e de R$ 29 para LAME4, ou potencial de valorização de 29%.

Luís Sales, analista da Guide Investimentos, destaca que a nova empresa já nasce com R$ 40 bilhões em receita bruta de vendas e serviços (GMV em inglês), além de 48 milhões de clientes ativos nas plataformas e loja física, 34 mil associados e ainda mais de 1700 lojas em 765 cidades.

“Vemos a transação com bons olhos, pois a fusão possui grande potencial sinérgico, principalmente em termos de omnicanalidade, que poderá destravar valor para a nova empresa, além da robustez criada para competir no competitivo setor de varejo eletrônico nacional”, avalia.

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