Madero tem menor dívida em 3 anos, mas vai manter “pé no freio” em abertura de lojas
agosto 2, 2024O Grupo Madero, rede de restaurantes multimarcas do chef Junior Dursk, conseguiu uma redução relevante de dívida no segundo trimestre de 2024 e apresentou crescimento de dois dígitos na receita e lucro. A empresa segue mantendo a postura mais conservadora em relação ao seu ritmo de expansão e vai continuar buscando a redução do endividamento para voltar a acelerar a abertura de novas lojas.
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O Madero Container, em São José dos Pinhais, no Paraná, foi a única abertura entre abril e junho deste ano. Hoje, a rede possui 275 restaurantes. Naqueles abertos há mais de um ano, as vendas (same store sales) cresceram 8,6% no segundo trimestre, comparando com um ano atrás. A receita operacional líquida avançou 20,9% no mesmo intervalo, para R$ 497,1 milhões.
Assim, o lucro do grupo fechou o período em R$ 43,7 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 28 milhões de um ano antes. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 57,5%, para R$ 152,4 milhões. De acordo com o Madero, os números são recordes.
Dívida e caixa são prioridades
A empresa informou ter sido beneficiada pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado durante a pandemia de covid-19 para atenuar os efeitos da crise sanitária. O programa, que foi reformulado em abril deste ano, contribuiu com R$ 40,5 milhões à receita da companhia. Não fosse isso, o Ebitda da Madero ficaria em R$ 119,8 bilhões, com crescimento anual de 26,6%.
“Tudo o que estamos gerando vamos utilizar para reforçar caixa e baixar dívida”, afirmou afirmou Ariel Szwarc, CFO do Madero, ao InfoMoney.
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A dívida líquida do Madero encerrou o segundo trimestre em R$ 668,8 milhões, com uma queda de 24% em relação a um ano atrás, quando o montante estava em R$ 880,3 milhões. É o menor nível de endividamento desde que a empresa começou a publicar balanços, em 2021.
A dívida bruta ficou em R$ 953,9 milhões, com queda de 2,7% em relação ao primeiro trimestre e de 4,1% em bases anuais. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, que chegou a 15 vezes em meio à pandemia, ficou em 1,31 vez. A rede de restaurantes terminou o trimestre com R$ 285,1 milhões em caixa e aplicações financeiras.
Tendência
No mês passado, o Grupo Madero anunciou ter tomado um financiamento de R$ 500 milhões com cinco bancos no intuito de pagar a parte mais cara de sua dívida, no total de R$ 423,2 milhões. O financiamento tem um prazo de cinco anos, sendo o primeiro vencimento dentro de 18 meses.
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A rede de restaurantes tomou os recursos a uma taxa de CDI+3,85%. A partir de abril do ano que vem, os juros serão reduzidos para CDI+2,75%. “É uma tendência continuar reduzindo a dívida líquida nos próximos trimestres, pois, a partir de agora, o custo dos juros vai cair muito”, diz o CFO.
O Madero também quer reduzir o valor investido na abertura de novas unidades e diz estar conseguindo. O Madero Container de São José dos Pinhais, inaugurado no último dia 30 de junho, custou R$ 3,3 milhões – é quase metade do valor que a empresa costumava investir nesse tipo de restaurante.
“Esse novo patamar de investimento é muito importante para nós porque o retorno do capital investido aumenta muito”, conclui Szwarc.